INTRODUÇÃO: A Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde estabelece várias condições sociais que influenciam no processo saúde-doença, sendo uma delas a moradia. Nesse contexto, populações que vivem em territórios de ocupações enfrentam duras dificuldades na garantia de direitos fundamentais, tornando-se expostas a relevante vulnerabilidade social. OBJETIVO: Descrever a experiência de um acadêmico de enfermagem no acompanhamento de saúde de uma população residente em uma área de ocupação. MÉTODO: Trata-se de um estudo exploratório, do tipo relato de experiência, realizado a partir das vivências de um discente do curso de Enfermagem, de uma universidade pública do Norte do Brasil. O acadêmico atua profissionalmente em uma Estratégia Saúde da Família como Agente Comunitário de Saúde (ACS) há um ano e desempenha suas atribuições ocupacionais em visitas domiciliares periódicas, no intuito de realizar o acompanhamento de saúde dos indivíduos de sua microárea de abrangência. O trabalho é monitorado pela enfermeira da unidade, com a finalidade da supervisão do cuidado em saúde. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Após cinco meses de ofício, o estudante/ACS observou em sua microárea a abertura de um novo território, onde a população cresceu de forma acentuada. O acompanhamento dos indivíduos na área de ocupação apresenta grandes desafios para o profissional/acadêmico, pois devido a sua vulnerabilidade, esta população está exposta ao desenvolvimento de doenças, além das questões socioeconômicas presentes. O discente desenvolveu ações de prevenção e promoção de saúde na comunidade, realizando educação em saúde para o uso do hipoclorito de sódio na água consumida pelas famílias, visto que foi percebido que a maioria das residências não possuíam acesso adequado ao saneamento básico. Ademais, foi realizado o cadastro e acompanhamento de grupos específicos que requerem uma vigilância em saúde constante, tais como: gestantes, crianças e pessoas com doenças crônicas. Apesar dos empecilhos, atividades de saúde podem ser desenvolvidas nos campos de ocupação que, geralmente, são os que mais carecem de serviços. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A experiência traz reflexões para o acadêmico sobre como criar estratégias de trabalho com o olhar da enfermagem e adaptar o cuidado em saúde para essas comunidades e as realidades sociais, econômicas e culturais que elas apresentam. Afinal, a falta de um endereço regulamentado e registrado não pode ser um impasse ao acesso do direito à saúde.