Introdução: Durante o período pandêmico por Covid-19 houve a necessidade de repensar as estratégias de organização dos ambientes hospitalares, tanto das novas demandas assistenciais e de gestão quanto para o atendimento aos pacientes e para a progressão da equipe de enfermagem e fornecimento de materiais. Objetivo: analisar, segundo a perspectiva de coordenadores de enfermagem, as potencialidades e limitações do gerenciamento de enfermagem no ambiente hospitalar em um período de crise sanitária causada por uma pandemia. Métodos: Trata-se de estudo descritivo, de abordagem qualitativa, utilizando a técnica do incidente crítico com a participação de vinte enfermeiros que atuaram na Coordenação das Unidades Assistenciais de um Hospital Universitário do interior de Minas Gerais durante uma pandemia. As entrevistas ocorreram no período de junho a setembro de 2023. A pesquisa cumpriu os preceitos éticos da Resolução 466/12 com aprovação no comitê de ética em pesquisa com número 6.132.991. Resultados: Analisando de forma global os incidentes críticos, há uma pequena diferença entre as atribuições positivas e negativas, caracterizando 51% de referências positivas frente a 49% negativas. Vale destacar que nas categorias de situações houve predomínio de situações negativas (54%) em relação às situações positivas (46%); nos comportamentos, houve o predomínio de atribuições negativas (52%) em relação a 48% de comportamentos com referências positivas. Entretanto, nas consequências há predomínio de atribuições positivas (57%), fato que leva à suposição do empenho e da resiliência da equipe e de gestores para favorecer desfechos positivos mesmo diante de tantas adversidades, mas que também requer considerar os ônus e a sobrecarga vivenciados. Considerações finais: As limitações para o gerenciamento de enfermagem foram o desconhecimento da doença levando ao adoecimento mental da equipe e situações de medo e insegurança, sobrecarga de trabalho, subdimensionamento da equipe, estrutura física não adequada, desabastecimento de insumos e EPI. Foram identificadas como potencialidades para o gerenciamento: o fortalecimento e união da equipe, utilização de estratégias para suporte emocional na escuta e acolhimento de profissionais, produção científica rápida, troca de experiências, contratação emergencial de trabalhadores e reorganização das áreas físicas.