Introdução: A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, que acomete preferencialmente os pulmões e transmitida através da propagação de gotículas expelidas quando uma pessoa infectada tosse ou espirra. O tratamento dura no mínimo seis meses, é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), e logo no início, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias, ela se encontra muito reduzida. Porém, isso não impossibilita a abandono, que é um dos maiores obstáculos enfrentados pelas equipes de saúde, em decorrência da falta de tratamento adequado, dificuldade de acesso, efeitos adversos dos medicamentos, falta de atenção às necessidades dos usuários e melhora clínica. Objetivo: Partindo desse pressuposto, esse estudo tem por objetivo verificar a proporção de cura e abandono pela tuberculose na Região Nordeste. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico com dados coletados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) disponibilizados pelo DATASUS, sobre casos de tuberculose notificados na região Nordeste entre 2014 e 2023. Resultados: No período analisado foram notificados 242.335 novos casos, com 58,77% de cura, 11,45% de abandono e 0,42% de abandono primário. Destes, o estado de Pernambuco evidenciou-se no quantitativo de casos de cura (24,29%), abandono (23,73%) e abandono primário (21,48%). Houve maioria de cura e abandono entre homens (67,52%), 20-39 anos (45,05%), pardos (65,69%) e que cursaram 5ª a 8ª série incompleta do ensino fundamental (14,65%). Ainda destacou-se a entrada como caso novo (81,39%), forma pulmonar (86,61%), realização de tratamento diretamente observado (35,25%), tabagismo (17,57%) e a população privada de liberdade (PPL) (9,01%). Considerações Finais: O abandono de tratamento da TB está relacionado a diversos fatores, sobretudo os sociodemográficos e clínicos, que implicam diretamente nos indicadores de cura, mesmo que tratamento seja gratuito e disponível em todo âmbito nacional. Mas, ainda se faz necessário que assistência prestada a pessoa com TB preserve as relações entre profissionais e pacientes, com diálogo e interação, estabelecendo cuidados que tragam melhores resultados para a compreensão e seguimento do tratamento.