Introdução: Pessoas indígenas vivenciam cenários de vulnerabilidade social, associados a maior risco para Transtornos Mentais Comuns (TMC), condições de saúde potenciais para perdas funcionais e de saúde consideráveis. Objetivo: Conhecer a prevalência e fatores associados aos TMC entre homens Indígenas de um estado brasileiro. Método: Estudo transversal, fruto de macroprojeto “Nutrição, saúde e segurança alimentar dos povos indígenas do estado de Alagoas”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas, com amostra probabilística de 566 homens (20 a 59 anos) indígenas de Alagoas. Por meio de visitas domiciliares, foram coletados dados demográficos, socioeconômicos, sobre saúde e estilo de vida da mulher, para o que foram utilizados formulários eletrônicos instalados em tablets. O TMC foi identificado pelo ponto de corte >= 7 após aplicação do Self Report Questionnaire (SRQ-20). A análise estatística foi realizada com o Stata® 12.0. As associações foram testadas de forma bruta (qui-quadrado). Significância estatística foi assumida quando p<=0,05. Resultados/discussão: 21,2% (n=120) homens indígenas apresentaram preditores de TMC. As variáveis independentemente associadas a essa condição foram: faixa etária (p=0,013), escolaridade (p<0,001), se trabalha (p<0,001), se reside com companheiro (p=0,027), número de cômodos no domicílio (p=0,009), se há banheiro no domicílio (p=0,014), insegurança alimentar (p<0,001). Homens na população geral apresentam prevalência menor de TMC, comparado às mulheres; e prevalência maior de uso de substâncias psicoativas (Steel et al., 2014). Estudo com indígenas revelou que a vivência de traumas ao longo da vida expõe estes a desenvolverem TMC (Nasir et al., 2022). Considerações finais: Fatores determinantes e condicionantes de saúde no estudo revelam-se preocupantes, além da prevalência de TMC em mais de 1/5 dos homens indígenas. Espera-se maior visibilidade à problemática da saúde mental e que estratégias de cuidados de Enfermagem, multidisciplinares e coletivos sejam implementadas a homens indígenas no Estado.