Introdução: De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, no triênio de 2023-2025, irão ocorrer no Brasil 74 mil novos casos de câncer de mama, tornando-se o segundo tipo de câncer mais incidente na população feminina no país. O câncer de mama é uma doença que possui uma grande variação histológica e imunohistoquímica, e apesar de grande variedade, o tratamento cirúrgico oncológico permanece como o mais utilizado em tumores avançados, sendo a mastectomia radical o de escolha para mulheres com cânceres de mama avançados e com infiltração da musculatura peitoral. Com isso, a enfermagem no pós-operatório desses pacientes tem um propósito de prepará-las para os futuros tratamentos e atuar no cuidado das possíveis complicações decorrentes do procedimento cirúrgico, dentre elas, a deiscência da ferida operatória. Objetivo: Relatar a experiência dos cuidados de enfermagem às deiscências cirúrgicas no pós-operatório de pacientes submetidas a mastectomia radical. Método: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência vivenciado dentro do ambulatório de mastologia oncológica de um hospital oncológico de Pernambuco. Discussão: Em casos de mulheres que apresentam deiscência pós-mastectomia radical, foi importante a avaliação dos fatores de risco presentes na paciente como a infecção local e estresse excessivo nas bordas da ferida. Com isso, avaliou-se a presença de tecido necrótico e possibilidade de tecido de granulação propenso a correta cicatrização, sendo optado primeiramente pela utilização da Colagenase para proporcionar o desbridamento enzimático dessa lesão, e com o aparecimento de tecido de granulação utilizou-se hidrogel associado a gaze não aderente, que juntos promoveram granulação tecidual, angiogênese e umidade no leito da ferida, contribuindo ainda para uma fácil remoção do curativo e redução da dor durante os procedimentos de trocas. Considerações Finais: Percebe-se que diante do quadro de deiscência cirúrgica da ferida operatória pós-mastectomia radical é de extrema importância a intervenção da enfermagem oncológica nos cuidados à ferida e a utilização correta de produtos especiais a fim de reduzir o impacto das complicações pós-operatórias no físico e na psique dessa mulher proporcionando o cuidado mais adequado para cada paciente de forma individual e humanizada.