Introdução: O câncer de colo do útero é uma ameaça expressiva à saúde da mulher, e está fortemente associado aos subtipos 16 e 18 do Papilomavírus Humano. Para o rastreamento e detecção dessa patologia é necessária a realização do exame Papanicolau, muitas vezes executado em mulheres com idade entre 25 e 64 anos. A maioria das infecções por esse vírus são transitórias e assintomáticas, assim, nem todas as pacientes sabem que podem estar portando tal microrganismo. O enfermeiro tem um papel fundamental no acolhimento dessas mulheres antes e durante a realização do exame citopatológico, visando uma conduta adequada, para obtenção de resultados precisos. Objetivos: Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem quanto ao manejo do câncer de colo do útero relacionado ao Papilomavírus Humano durante o estágio supervisionado em uma Unidade Básica de Saúde. Metodologia: Este é um estudo descritivo, do tipo relato de experiência com abordagem qualitativa. Ocorreu em uma Unidade Básica de Saúde localizada no município de Colinas, Maranhão. O estudo buscou descrever a vivência de acadêmicos de enfermagem na assistência para o controle e prevenção do câncer de colo do útero, durante consultas de rotina na atenção primária. Resultados/discussão: Os desafios no manejo do câncer de colo do útero incluem a abordagem adequada das mulheres, o aceite e adesão ao tratamento, fundamentais para a prevenção. Além disso, observou-se a ausência de estratificação de pacientes para cuidados especializados em casos de alto risco e a demora na entrega dos resultados dos exames, dificultando a adesão e acompanhamento das pacientes. Diante disso, notou-se a importância dessa temática na formação de enfermeiros. Conclusão: Essa experiência evidenciou desafios enfrentados pela enfermagem no manejo do câncer do colo do útero, como fragilidades nas orientações às pacientes e dificuldade na adesão ao exame citopatológico. Assim, apesar do Programa de Rastreamento do Câncer de Colo Uterino no Brasil, a taxa de mortalidade permanece estável há décadas, devido ao modelo de atendimento oportunista nas Unidades Básicas de Saúde, que depende da demanda espontânea das pacientes. Portanto, torna-se necessária a atualização dos protocolos de enfermagem quanto a abordagem dessas mulheres, visando uma maior adesão ao exame preventivo.