INTRODUÇÃO: Até 2022, 430 milhões de casos de COVID-19 foram notificados globalmente, com cerca de 6 milhões de mortes. Destaca-se, nesse cenário, que a hospitalização por doenças graves pode exacerbar condições emocionais pré-existentes ou desencadear novas. OBJETIVO: Objetiva-se buscar, na literatura científica, produções que abordem as implicações psicológicas da hospitalização por COVID-19. MÉTODO: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura sobre o sofrimento emocional em pacientes hospitalizados. A busca foi realizada em abril de 2024, na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando os descritores “hospitalização” e “sofrimento emocional”. Foram encontradas 44 publicações, que, após triagem, resultaram na inclusão de 14 trabalhos, com ênfase na COVID-19. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Observou-se que sintomas depressivos afetam cerca de 9-66% dos pacientes hospitalizados por COVID-19, enquanto sintomas de ansiedade afetam 30-39%. Em um dos estudos, um terço dos indivíduos foi diagnosticado com sofrimento mental após 3 meses de alta, embora não tenham existido novos diagnósticos 6 meses pós-hospitalização. Notou-se uma alta prevalência (até 54%) de transtorno de estresse pós-traumático entre a população em geral durante a pandemia de COVID-19, indicando a necessidade de monitoramento prolongado e de estudos para compreender se esta prevalência está relacionada à COVID-19 ou à internação hospitalar em geral. Algumas publicações revelaram maior vulnerabilidade, com relação aos sintomas de sofrimento mental, em grupos específicos, como mulheres e pacientes com casos graves de COVID-19. As minorias raciais e étnicas também são mais sensíveis aos efeitos negativos a longo prazo da COVID-19, tanto físicos como psicológicos, o que inclui disparidades no acesso aos cuidados, constatadas ao observar o número de casos, de internações e de mortes. A idade avançada e presença de comorbidades foram associadas a mais sintomas depressivos durante a hospitalização. A redução dos impactos psicológicos depende da atuação adequada da equipe de saúde e do apoio emocional, quando permite-se a visitação aos pacientes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As implicações emocionais da COVID-19 precisam ser compreendidas, pois existe uma relação bidirecional entre aspectos físicos e mentais que pode influenciar a evolução da doença. É importante entender o problema para qualificar a assistência de Enfermagem, promovendo uma abordagem holística no manejo do paciente.