Introdução: Os moradores de rua são indivíduos que utilizam os espaços públicos como local de moradia, como pontes, viadutos, calçadas, parques e praças. O panorama atual indica que a população de rua cresce e não se limita aos grandes centros, atingindo cidades de médio porte. Desta forma, essa população possui maior vulnerabilidade para a Tuberculose (TB), e, portanto, assume caráter emergencial, tendo em vista que esse grupo possui um risco de 48 a 67 vezes maior de contrair a doença quando comparado a cidadãos que possuem moradia fixa. Objetivo: descrever o papel do Enfermeiro na prevenção do abandono do tratamento da Tuberculose nas pessoas em situação de rua. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, realizada no período de junho de 2024, nos bancos de dados da Scientific Electronic Library Online e Biblioteca Virtual de Saúde. Utilizou-se como descritores (DeSC): “ Enfermeiro” AND “Tuberculose Pulmonar” AND “ Pessoas Mal Alojadas. Como critérios de seleção foram utilizados: o idioma português e artigos originais publicados entre os anos 2016 a 2021, foram encontrados 20 artigos, nos quais foram excluídos 5 através da leitura do resumo e 5 artigos duplicados, sendo 10 artigos lidos na íntegra. Resultados: A enfermagem carrega consigo diversas atribuições em sua profissão, entre elas estar o controle do tratamento da TB, principalmente em populações vulneráveis. Entre suas competências contra o abandono da TB estão: o aconselhamento, busca ativa, identificação de casos índices, garantir a longitudinalidade e estratégias de tratamento de curta duração. Cuidar do paciente com TB sem alterar o contexto que ele está inserido é um desafio, devido à alta mobilidade dessa população, motivo da alta taxa de abandono ao tratamento e a dificuldade de garantir a longitudinalidade da assistência. Dentro desse contexto, foram criados os consultórios de rua para ampliar o acesso desse grupo populacional. Assim como nas UBS, o enfermeiro tem como papel coordenar a equipe multiprofissional e garantir um bom atendimento diante as necessidades desse grupo. Outrossim, é necessário estar capacitado para trabalhar com esse público e suas carências, visando sempre o processo saúde-doença-cuidado e o vínculo para efetivar o tratamento e prevenir o adoecimento. Conclusão: O papel do enfermeiro da Atenção Primária à Saúde e nos consultórios de rua é fundamental para a criação de vínculo com os pacientes e para coordenar a equipe multiprofissional.