Introdução: Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) constituem a principal estratégia do processo de reforma psiquiátrica. São unidades especializadas em saúde mental para tratamento e reinserção social de pessoas com transtorno mental grave e persistente. Sua característica é integrá-las a um ambiente social e cultural, designado como seu “território”, o espaço da cidade onde se desenvolve a vida cotidiana. Objetivos: Relatar a vivência de estudantes de enfermagem, durante captação da realidade em um CAPS III localizado no interior do Rio Grande do Norte. Métodos: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por acadêmicos de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Para a condução da atividade, utilizou-se um roteiro previamente estruturado. Resultados: A partir da visita, observou-se que o serviço funciona com atendimentos de demanda espontânea, mas também possui uma programação de atividades destinadas ao incentivo e reabilitação do bem-estar mental das pessoas frequentadoras e também das que necessitam de internação por algum período. As oficinas e grupos terapêuticos são voltados ao exercício da imaginação, criatividade e ao estímulo da sociabilidade. Algumas delas são realizadas extramuros, visando a inserção das pessoas nos espaços coletivos da cidade, o que estimula o sentimento de pertencimento social e contribui com a superação do estigma relacionado ao sofrimento mental. A enfermagem, enquanto integrante da equipe multiprofissional, é responsável por realizar atendimentos individuais, além de participar das atividades coletivas e gerenciar o processo de trabalho da equipe, composta, em sua maioria, por mulheres. Considerações Finais: A vivência em serviço representa uma atividade pedagógica potente, pois aproxima o estudante dos contextos reais onde a compreensão acerca do processo saúde-doença e do próprio processo de trabalho podem ser apreendidos em sua concretude. A visita ao CAPS III possibilitou uma maior aproximação, na prática, com os conhecimentos mediados em sala de aula, além de estimular uma visão mais ampliada e consistente acerca do trabalho em saúde mental, sobretudo no que diz respeito à atuação da enfermagem. Foi possível compreender que o trabalho em saúde mental requer do enfermeiro saberes teóricos e práticos capazes de fomentar a transformação das práticas em saúde mental rumo à superação do modelo manicomial e à consolidação dos objetivos da Reforma Psiquiátrica.