A dinâmica do mercado de trabalho relacionado ao preconceito historicamente estruturado na sociedade proporciona à população LGBTQIAPN+ uma escassez de oportunidades empregatícias que impactam diretamente o seu modo de vida e no processo saúde doença. Objetiva-se analisar a inserção da pessoa transgênero (transexuais/travestis), no mundo do trabalho, e sua repercussão no processo saúde-doença. Trata-se de uma pesquisa do tipo exploratório e descritivo, cuja abordagem é qualitativa. A pesquisa foi realizada na cidade de Pau dos Ferros, que através da Técnica de Snowball (Bola de Neve), que consiste em um participante semente indicar os outros, somado aos critérios de exclusão e inclusão, foi possível a participação de 5 mulheres transgênero, tendo participação confirmada com a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram coletados mediante entrevista semiestruturada, para alcançar os objetivos propostos nessa pesquisa e os dados foram analisados mediante Técnica de Análise de Conteúdo (TAC) de Bardin. Por se tratar de pesquisa envolvendo seres humanos, o protocolo de pesquisa foi encaminhado para apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (CEP/UERN), tendo sido aprovado pelo parecer de nº5.932.594. Como resultados da pesquisa, foi possível a criação de 3 categorias com subcategorias, categoria 1) a relação com o trabalho, a) as fases da transição e a interferência no trabalho e b) o termo trabalho e as significações; 2) A pessoa trans e as dificuldades de ser quem é, a) perspectiva das pessoas trans sobre as relações interpessoais e a categoria 3) Impactos na saúde e aspectos que influenciam no adoecimento. As entrevistadas relatam a dificuldade de conseguir um emprego formal e a necessidade de aceitar qualquer emprego informal ou autônomo como forma de sobrevivência. Assim, esse estudo apresentou pontos e desafios importantes que merecem ser avaliados e solucionados por órgãos gestores e sociedade, visando proporcionar qualidade de vida a pessoas transgênero. Conclui-se que deve-se fortalecer o comprometimento com a integridade física e moral dessa população, desenvolver ações de promoção e prevenção de saúde que considerem a pessoa transexual como um todo e compreendam as suas demandas especificas; facilitar o acesso ao processo de transição nos serviços de saúde especializados; expandir as questões de saúde além do foco nas Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).