Introdução: O Brasil é um dos países que mais realizam partos cesáreos, segundo a Organização Mundial da Saúde. Embora, essa via de parto seja um recurso importante para salvar a vida da mãe e/ou da criança em caso de complicações durante o período da gravidez ou do parto, ao compará-la com a via de parto vaginal, ela tem uma taxa maior de morbi-mortalidade neonatal e materna. Percebe-se que muitos fatores têm influência no comportamento materno na expressão da preferência pelo tipo de parto tais quais crenças, expectativas, informações sobre o parto e postura profissional daqueles que a acompanham. Objetivo: Identificar a oferta de orientações à gestante sobre a via de parto durante as consultas pré-natais de risco habitual. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico e transversal, realizado nas Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) das Secretarias Regionais de Saúde - (SER) III e VI do município de Fortaleza no estado do Ceará. A amostra foi por conveniência, sendo incluídas no estudo 310 gestantes que atendiam os critérios de inclusão, a saber: idade gestacional igual ou maior que 28 semanas, idade igual ou maior a 18 anos, realizando acompanhamento pré-natal de risco habitual e com gravidez única. Resultados: Das 310 gestantes, houve prevalência de mulheres jovens, com 86,1% (n=267) com até 35 anos de idade, mediana de idade de 27 anos, com idade mínima de 18 e máxima de 41 anos. Com prevalência entre aquelas que estavam na segunda gravidez ou mais, 163 (52,6%). 253 (81,6%), Tendo sido verificado mediana de 31 semanas e comparecimento em até seis consultas de pré-natal 275 (88,7%). Quanto as orientações fornecidas, observa-se que a maioria das gestantes, 275 (88,7%), referem não terem recebido orientações acerca da via de parto. A maioria das gestantes não planejou a gravidez, 226 (72,9%) e na atual gestação tinha preferência pelo parto normal, 253 (81,6%). A maioria afirmava sentir-se confiante para o parto normal, 155 (61,3%). Conclusão: Observa-se uma fragilidade quanto as orientações fornecidas às gestantes acerca da via de parto, o que pode influenciar negativamente na sua confiança em lidar com o trabalho de parto e parto. Faz-se necessário motivar a equipe de saúde para fornecer melhores informações sobre o parto para que a gestante possa ter uma tomada de decisão mais assertiva acerca da via de parturição.