INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é o exemplo de doença cardiovascular mais prevalente no Brasil, sendo sua prevenção e tratamento o foco da Atenção Primária à saúde no país. OBJETIVO: Analisar o perfil de trabalhadores feirantes com diagnóstico para HAS na cidade de Guanambi-Ba e relatar a experiência de estudantes de enfermagem na prestação de primeiros socorros a uma trabalhadora feirante em crise hipertensiva. METODOLOGIA: Foi realizado um estudo descritivo misto, inicialmente analisou-se os dados da baseline coletados em 2018 pelo projeto de extensão e pesquisa Saúde do Trabalhador Informal do Comércio acerca o perfil epidemiológico da HAS entre os feirantes do mercado municipal de Guanambi-Ba. O estudo foi aprovado pelo CEP-UNEB, sob número 2.373.330. Posteriormente relata-se a experiência de estudantes de enfermagem monitores do extensionistas. RESULTADOS: Diante da análise dos dados observou-se que dos 426 trabalhadores pesquisados, 99 (23,2%) tinham diagnóstico médico para HAS. Em relação aos fatores sociodemográficos e hábitos de vida, destaca-se a maior prevalência de HAS autorreferida em feirantes do sexo feminino (62,6%); negras (64,6%); na faixa etária de 45 a 59 anos (46,6%); com escolaridade até o ensino fundamental (86,9%); não praticantes de atividade física (66,7%); não fumantes (93,0%), não ingeriam bebida alcoólica (70,7%) e dormiam menos de 8 horas por noite (69,7%). Em uma aferição de rotina realizada por estudantes de enfermagem no mercado municipal, verificou-se que o valor da PA de uma trabalhadora estava em 190 x 110 mmHg. A feirante foi orientada a repousar por alguns minutos, e após foi realizada uma nova aferição da PA que constou 220 x 110 mmHG. Diante do quadro de pico hipertensivo, o SAMU 192 foi acionado e foi feito todo o protocolo do atendimento de emergência à paciente, que logo em seguida foi encaminhada para o Hospital Regional de Guanambi (HGG). Durante o atendimento, a paciente relatou ser hipertensa e que não compareceu à Unidade de Saúde para a renovação da receita dos medicamentos para o controle da PA por medo de ter uma falta no serviço e perder o emprego. CONCLUSÃO: Conclui-se, portanto, que os hábitos de vida, os fatores sociodemográficos e as condições de trabalho são fatores determinantes para processo de saúde e doença dos trabalhadores feirantes. Ressalta-se a importância das ações extensionistas realizadas pela universidade para promoção e prevenção da saúde da população.