Introdução: A enfermagem é um pilar essencial do sistema de saúde, mas sofre com a falta de recursos econômicos, afetando a sustentabilidade dos cuidados. Essa carência é visível na insuficiência de investimentos em formação, desenvolvimento profissional e insumos. Objetivo: Relatar as experiências de discentes do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN/FACISA), nas dificuldades enfrentadas no acesso insumos de curativos e coberturas para realização de curativos, no cenário de estágio da disciplina de semiologia e semiotécnica no 4° período do curso. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo de natureza qualitativa na modalidade de relato de experiência, baseado na vivência de discentes da graduação em enfermagem com pacientes dos Hospitais Regionais de Currais Novos (Hospital Regional Dr. Mariano Coelho) e Santa Cruz (Hospital Regional Ana Bezerra), além da UPA de Currais Novos e da clínica de enfermagem da FACISA, no Rio Grande do Norte, durante os atendimentos realizados nos dias 7, 8, 14, 15, 21 e 22 de maio. Resultados: Nota-se dificuldades na disponibilidade de insumos de curativos, comprometendo a qualidade do atendimento ao usuário e seu acesso a um tratamento eficaz que resulte em uma oportuna cicatrização das feridas, fator esse que compromete os serviços prestados pela equipe de enfermagem. Foram atendidos cerca de 30 pacientes ao longo dos dias, que convergem para relatos do público e da experiência vivida, a diferença no processo de cicatrização das feridas, conforme o local de atendimento. Na UPA de Currais Novos, por exemplo, estavam disponíveis papaína, gaze rayon, filme transparente, hidrocolóide e PHMB. Na clínica de enfermagem da FACISA, a variedade de coberturas era ainda maior, tais como, além das supracitadas, alginato de cálcio, colagenase, espuma de poliuretano, sulfadiazina de prata, hidrogel, curativo com cloreto de dialquil carbamoil (DACC) e ADAPTIC Malha Não Aderente, Esse amplo leque de opções facilitava o processo de cicatrização. Em contrapartida, no Hospital Regional de Santa Cruz, apenas AGE, colagenase e hidrocoloide estavam disponíveis, limitando as opções de tratamento para a cicatrização de feridas. Conclusão: Diante desses resultados, urge a necessidade de investimentos em formação e insumos, visando garantir não apenas a sustentabilidade dos cuidados de enfermagem com utilização do seu potencial técnico-científico, mas também o bem-estar e a recuperação adequada dos pacientes.