Introdução: A inserção, revisão e retirada do Dispositivo Intrauterino (DIU) de Cobre por enfermeiros se tornou parte do escopo das ações do profissional na Atenção Primária à Saúde (APS) do município do Rio de Janeiro a partir de 2022. A formação dos profissionais ocorre através de curso certificado pela Secretaria de Saúde. Objetivos: Discutir sobre a inserção do DIU de Cobre por enfermeiros da APS. Metodologia: Relato de experiência sobre a capacitação de enfermeiros para a inserção de DIU de Cobre na APS e as discussões que o procedimento gera à categoria. O ponto de partida da discussão se deu numa capacitação que ocorreu durante o mês de maio de 2024, com a 2º turma da área programática 2.2 realizada com 17 enfermeiros, organizada em carga horária de 20h teóricas e 50h práticas e no mínimo 20 inserções. Resultados: A inserção do DIU por enfermeiros da APS se deu como estratégia de democratizar o acesso de pessoas com útero ao método contraceptivo. Como marcos legais, a categoria possui a Nota Técnica 31/2023 do Ministério da Saúde recomendando a inserção do DIU por enfermeiros, além da Resolução 690/2023 do Conselho Federal de Enfermagem. Todavia, ainda que existam pareceres e notas técnicas que recomendem e respaldem a inserção do dispositivo pelo enfermeiro, outras categorias profissionais justificam-se e apoiam-se sobre a necessidade de assegurar o procedimento como uma prática exclusivamente médica. Como resultado da ampliação do acesso ao método, a carga de trabalho do enfermeiro também é aumentada. Desse modo, discussões que perpassam sobre a precarização do trabalho devem estar presentes na APS. Conclusão: Conceder a atribuição de inserção, revisão e retirada de DIU aos enfermeiros é uma ótima estratégia para fornecer acesso a mais um método contraceptivo, porém é preciso discutir a carga de trabalho da enfermagem na APS atualmente.