Introdução: A criação da Rede Potiguar de Educação Permanente em Saúde (REPEPS) iniciou uma nova fase na saúde potiguar, fortalecendo o ensino, a pesquisa e a extensão na área da saúde, e aprimorando o Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da formação contínua de profissionais. Em 2022, a Secretaria de Estado de Saúde Pública, em parceria com a Rede UNIDA e a REPEPS, lançou a primeira edição do VER-SUS Potiguar, proporcionando vivências no SUS em diferentes regiões de saúde do RN. Objetivo: descrever a experiência da vivência de estudantes de enfermagem no VER-SUS. Metodologia: Este estudo é um relato de experiência sobre a vivência imersiva de alunos ao projeto do VER-SUS Potiguar, edição Redes de Atenção à Saúde (RAS), ocorrido entre os meses de janeiro e fevereiro de 2024, no município de Lagoa Nova no estado do Rio Grande do Norte. Resultados e discussão: O VER-SUS ofereceu aos participantes uma visão diferenciada do SUS, permitindo observar de perto a gestão e a assistência, identificando fragilidades a serem melhoradas e potencialidades a serem replicadas. Foram realizadas diversas atividades ao longo dos dias, entre elas pode-se citar a realização da territorialização em saúde na microárea de uma UBS localizada na zona rural do município, onde há tráfego constante de carros pesados que movimentam a economia de energia eólica na região. Pôde-se perceber que, no contexto desse território, os profissionais relataram aumento dos casos de complicações respiratórias, problemas de audição e infecções sexualmente transmissíveis, que são associados pela população à chegada das torres eólicas, além do acúmulo de poeira em todos os equipamentos da UBS. Outra atividade realizada foi a construção da Política Estadual de Saúde Mental (PESM), em que os viventes puderam ouvir as propostas do governo e debatê-las, trazendo outras perspectivas e sugestões que podem ter sido consideradas para a versão final da PESM. Conclusão: O VER-SUS proporciona aos estudantes de graduação oportunidades únicas de vivência que a academia, algumas vezes, não é capaz de oferecer, como a participação na construção de uma política de estado, que pode despertar o engajamento dos futuros profissionais nas decisões governamentais. Além disso, há o contato direto com moradores da zona rural e seus contextos de vivência e saúde, já que a formação é mais voltada para a realidade da zona urbana.