Introdução: No Brasil há um elevado consumo de medicamentos que se associa à facilidade de acesso, favorecendo o uso irracional e práticas de risco. Neste cenário, considera-se que grande parcela da população não possui adequado conhecimento sobre o uso correto dos fármacos, potencializando as intoxicações, interações medicamentosas e reações adversas. Objetivo: Analisar as condutas de risco associadas ao uso de fármacos entre estudantes da área da saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo, não-experimental, exploratório e descritivo. Utilizou-se como instrumento, um questionário contendo perguntas referentes ao uso domiciliar de medicamentos. A amostra constituiu-se de estudantes do curso de Enfermagem e Medicina da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), com idade igual ou superior a 18 anos e que aceitaram participar da pesquisa assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido respeitando as condições éticas como pautado na Resolução 466/2012 (parecer 5.983.01/CAAE: 67304122.7.0000.0126). Resultados/Discussão: Foram entrevistados 60 estudantes, sendo a maioria do sexo feminino (73,3%), solteiras (93,3%), com faixa etária de 18 à 20 anos (48,3%) e com renda familiar superior a 5 salários mínimos (25,0%). Relacionado às condutas de risco, 81,6% (49) disseram comprar remédios sem prescrições médicas, 73,0% (49) relataram não ter concluído tratamentos médicos prescritos, 40,0% (24) guardam receitas antigas e 60,0% (36) estocam as sobras de tratamentos anteriores para fazer uso novamente. Um percentual de 50,0% (30) afirmou usar medicamentos na frente de crianças, 23,3% (14) não verificam o prazo de validade e 22,0% (13) não leem a bula dos medicamentos. É notável o comportamento de risco dos estudantes, que assumem práticas que potencializam eventos adversos, toxicidade e interações medicamentosas, sugerindo o desconhecimento do público pesquisado acerca dos riscos relacionados ao uso irracional dos fármacos. Conclusão: Constatou-se a existência de condutas de risco entre os estudantes e, por tratar-se de futuros profissionais da saúde, podem acreditar estar munidos de conhecimento suficiente, adotando práticas inadequadas gerando riscos à saúde própria e de outros. Dessa forma, mostra-se necessário ações de educação em saúde para que os estudantes e a população em geral repensem suas condutas a fim de se ter o uso dos medicamentos de forma racional e livre de riscos.