INTRODUÇÃO: A comunidade cigana é alvo de estigmas associados ao seu modo de vida, suas crenças e o fato de viverem muitas vezes em circunstâncias precárias, sem condições sanitárias adequadas e sem acesso a escolaridade e profissionalização. Isto gera um distanciamento da sociedade dominante, que comumente discrimina os ciganos e os fazem sentir esta rejeição. Esta situação afeta a relação dos ciganos e a instituição de saúde, tendo em vista que os comportamentos de saúde/doença destes são diferentes dos comumente observados. O enfermeiro, como peça essencial do Sistema de Saúde, está em posição eficaz na promoção da saúde e do cuidado para esta população. OBJETIVOS: Analisar a atual produção de literatura científica sobre a assistência de enfermagem à saúde para pessoas pertencentes à comunidade cigana, bem como as questões éticas e estigmas envolvidos no cuidado. MÉTODOS: Este trabalho é uma revisão integrativa da literatura cuja busca ocorreu entre maio e junho de 2024. Foram utilizadas duas bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Portal de Periódicos da CAPES. Os critérios de inclusão foram: artigos em português, inglês ou espanhol publicados entre 2019 a 2024, contendo descritores “ciganos” e “enfermagem”. Foram eliminados os duplicados, os incompletos, e aqueles cujo conteúdo não corresponde com o tema principal do trabalho. RESULTADOS: Foram encontrados inicialmente 9 artigos. Após a análise do conteúdo e exclusão daqueles que não obedecem aos critérios ou não são relevantes para o tema, elegeu-se 5 para a composição deste estudo. A literatura indica que a alta prevalência de doenças nesta comunidade está relacionada com as condições de vida desta minoria, que vivem muitas vezes em situação de pobreza, ambientes inseguros, carentes em infraestrutura, sem instrução ou profissão reconhecida, destacando a necessidade que haja melhoria nas condições habitacionais, uma responsabilidade governamental e que envolve toda a sociedade. CONCLUSÃO: O etnocentrismo muitas vezes exclui os ciganos da instituição de saúde. Os profissionais devem considerar o fato de que estão lidando com percepções e valores diferentes dos seus. É muito importante adaptar o cuidado à saúde para estas pessoas, e não exigir a adequação desta comunidade ao padrão dominante, pois isso implicaria na perda da tradição e identidade destas pessoas.