O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que envolve prejuízos na comunicação social e padrões de comportamento restritos e repetitivos, apresentando três níveis de gravidade de acordo com a necessidade de apoio: nível 1 – “exigindo apoio”, nível 2 – “apoio substancial” e nível 3 – “apoio muito substancial”. O comportamento da criança e a falta de compreensão dos pais, familiares e sociedade, desencadeiam elevados níveis de estresse. Considerando as dificuldades enfrentadas pelos pais/cuidadores, este trabalho objetiva avaliar os níveis de sintomas ansiosos dos cuidadores de crianças com TEA. Trata-se de uma análise parcial descritiva de um estudo transversal que está em andamento. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, número do parecer: 6.052.410. Foram entrevistados os cuidadores primários de crianças até 12 anos com diagnóstico de TEA, no período de outubro de 2023 a junho de 2024, totalizando 60% da amostra calculada. Para os dados socioeconômicos utilizou um instrumento elaborado pelo pesquisador e para avaliação dos sintomas ansiosos, o inventário BECK. Os dados foram agrupados e organizados para tratamento estatístico descritivo no Software Jasp 0.15. Foram entrevistados 63 cuidadores que acompanhavam a criança no centro de terapia de um município no interior de Sergipe. A idade mediana dos cuidadores é de 35 anos, 95% são do sexo feminino. 54% não possuíam companheiro (solteiros ou divorciados). 64% referem não ter apoio de outro cuidador. 57% tem entre 10 a 14 anos de estudo e a renda mediana é de 1.412,00 reais. Quanto a ansiedade, 46% dos cuidadores apresenta sintoma grave e 14.3% moderado. Dentre as características de ansiedade com maiores escores estão: medo de perder o controle, nervosismo, medo que o pior aconteça e incapacidade de relaxar. Os resultados indicam níveis elevados de ansiedade nos cuidadores de crianças com TEA, o que evidencia a necessidade de intervenções específicas para esse grupo. A assistência de enfermagem é crucial para identificar precocemente os sinais de ansiedade nos cuidadores e fornecer suporte emocional, orientar sobre estratégias de enfrentamento e facilitar o acesso a redes de apoio, contribuindo para uma gestão integral e humanizada do cuidado às crianças com TEA e suas famílias. Os achados reforçam a importância de políticas públicas e práticas de enfermagem focadas no apoio aos cuidadores, sendo uma contribuição relevante para o campo da Enfermagem.