Introdução: A adolescência é uma etapa evolutiva da vida caracterizada pelo desenvolvimento biopsicossocial e delimitada dos 10 aos 19 anos, conforme o Ministério da Saúde. No cuidado à saúde do adolescente na Atenção Primária, a enfermagem tem importante atribuição e pode atuar, por exemplo, em consultas de hebicultura na unidade de saúde, bem como nas escolas por meio do Programa Saúde na Escola, abordando temáticas como uso de drogas, cigarros eletrônicos, infecções sexualmente transmissíveis e gravidez na adolescência. Todavia, a abordagem da saúde do adolescente por profissionais da Atenção Primária ainda é uma questão de saúde pública a ser discutida. Objetivo: Descrever a experiência de discentes de enfermagem no cuidado ao adolescente durante estágio teórico-prático na Atenção Primária. Método: Trata-se de um relato de experiência realizado por discentes do curso de enfermagem, da Universidade Federal do Paraíba, nos estágios teórico-práticos da disciplina Enfermagem na Saúde da Criança e do Adolescente I. As vivências aconteceram em três Unidades de Saúde da Família, de João Pessoa-PB, entre fevereiro e março de 2024. Resultados: O cuidado de enfermagem ao adolescente na Atenção Primária ocorreu em situações pontuais, como em consultas de hebicultura por motivo de enfermidade e nas campanhas de vacinação. Ainda assim, foi reduzido o número de adolescentes que procuraram o serviço de saúde, quando comparado com o público infantil e idoso. Sobre o Programa Saúde na Escola, não houve ações de educação em saúde voltadas aos adolescentes nas escolas durante o estágio, nem visitas domiciliares ao adolescente. Essa realidade pode ser um reflexo da visibilidade da saúde dos adolescentes nas políticas públicas direcionadas à atenção primária, bem como da escassez de educação permanente destinada aos enfermeiros sobre a saúde do adolescente. Conclusão: O estágio proporcionou ricas experiências no cuidado de enfermagem à criança na Atenção Primária. Por outro lado, o cuidado de enfermagem ao adolescente foi pontual e restrito às ações de tratamento de doenças e vacinação. É fundamental ampliar as possibilidades de um cuidado ao adolescente em espaços domiciliares e educacionais, bem como a oferta de um cuidado holístico que contemple seus aspectos biológico, psicológico e social rumo à promoção da saúde e ao bem-estar dos adolescentes.