INTRODUÇÃO: A assistência pré-natal oferecida pelo enfermeiro na Atenção Primária à Saúde durante o planejamento familiar mostra-se como um fator crucial da saúde reprodutiva e do bem-estar durante a gravidez. Entrementes, os casais trangêneros, constituídos por indivíduos cuja identidade de gênero difere do sexo atribuído quando do nascimento, frequentemente enfrentam uma profusão de desafios adicionais durante o período gestacional, especialmente devido à escassez de políticas públicas e, por conseguinte, de assistência específica para essa população. OBJETIVO: Elencar os desafios enfrentados por casais transgêneros durante o pré-natal realizado por enfermeiros. METODOLOGIA: Refere-se a uma revisão integrativa de caráter exploratório, por meio de levantamento bibliográfico nas Bases de Dados PubMed, BVS e MedLine no mês de junho de 2024. Para busca, foram utilizados os descritores ‘’Transgender Persons’’, ‘’Pregnancy’’, ‘’Nursing’’. A estratégia de inclusão adotada foi baseada na PICO e os critérios de inclusão foram: artigos disponíveis on-line; na íntegra; gratuitos; escritos nos idiomas portugês e inglês; publicados no recorte temporal entre 2019 e 2024, e que respondessem à pergunta norteadora ‘’quais as principais dificuldades enfrentadas por casais transgêneros durante a assistência pré-natal realizada por enfermeiros?”. Foram preteridos os artigos repetidos e que não atenderam aos critérios pré-definidos. RESULTADOS: Foram identificados 40 artigos, dos quais 10 atenderam aos requisitos pré-estabelecidos, após a leitura na íntegra. Desses, destacaram-se as seguintes categorias: o estigma estrutural; burocracias legais associadas à trans-parentalidade; fragilidades atitudinais e técnicas da Enfermagem no manejo clínico da gestação de homens trans; planos de cuidados heteronormativos; pouco incentivo à indução da lactação pela técnica Newman-Goldfarb e ausência de apoio social. CONCLUSÃO: Ante o exposto, evidenciou-se a urgência pela implementação da linguagem inclusiva nos formulários de admissão nos serviços de saúde e oferta de cuidados que respeitem a identidade de gênero, com vistas a garantir a privacidade e dignidade durante o processo gravídico-puerperal. Observou-se também a escassez de estudos publicados sobre a atuação dos enfermeiros em ambientes assistencias voltados a esse público, com respeito às diversas configurações familiares e atenção as singularidades dos indivíduos transgêneros por meio de capacitações permanentes e sensíveis.