Introdução: As quedas em idosos representam um dos principais problemas clínicos, frequentemente resultando em altas taxas de incapacidade e mortalidade desta população, tornando-se um relevante problema de saúde pública. Algumas classes de medicamentos, como psicotrópicos, podem caracterizar-se como fator de risco significativo para quedas, no entanto, há uma carência de conhecimento entre profissionais de saúde, idosos e seus cuidadores sobre o papel da medicação como fator de risco para quedas. Objetivo: Analisar se há bases científicas para atrelar o uso de medicamentos psicotrópicos ao aumento do número de quedas em idosos. Método: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, realizada nas bases LILACS e MEDLINE, por meio da Biblioteca Virtual em Saúde em junho de 2024. A questão norteadora do estudo foi: “Quais são os impactos do uso de psicotrópicos para o aumento do risco de quedas em idosos?”. Os descritores utilizados foram “psicotrópicos”, “Acidentes por queda" e “idoso”, unidos pelo operador booleano “AND”. Foram incluídos estudos publicados em português e inglês, completos e disponíveis on-line, publicados entre 2019 e 2024. Foram excluídos artigos de revisão, materiais da literatura cinzenta e que não relacionassem o uso de psicotrópicos ao número de quedas em idosos. Resultados: A partir do mecanismo de busca, identificou-se 18 trabalhos, sendo 16 em língua inglesa. Destes, 10 foram selecionados. A maior quantidade de publicações ocorreu em 2019 (40%), seguido dos anos de 2022 e 2023 (20%). Nota-se que a relação entre o uso de psicotrópicos e a quedas em idosos é levantada em grande parte dos estudos; em 80% deles foi abordada a maior incidência de queda entre idosos que fazem uso contínuo de psicotrópicos em comparação aos que não fazem uso, sendo que em 90% os antidepressivos e antipsicóticos benzodiazepínicos são citados como protagonistas dentre os fatores contribuintes para quedas em idosos. Conclusão: Observa-se a relevância da temática para prática profissional da enfermagem visto que a não exploração dela, impacta de maneira negativa nos cuidados e na assistência prestada a idosos. Como desafios, vê-se que o impacto do uso de medicamentos psicotrópicos é deixado de lado na avaliação de risco de queda pela maioria dos profissionais. Portanto. Profissionais de saúde devem estar cientes dessas associações e realizar avaliações contínuas e detalhadas dos medicamentos prescritos, promovendo uma assistência eficaz a saúde geriátrica.