INTRODUÇÃO: A pandemia causada pela COVID-19 exigiu da humanidade a adesão em massa de medidas rígidas de precauções que foram estabelecidas pelos órgãos de saúde, algumas delas foram difíceis de serem implementadas para grande parte da população, incluindo as Pessoas Privadas de Liberdade (PPL). As condições insalubres, a superlotação e as estruturas inadequadas foram alguns dos fatores que trouxeram grandes preocupações para os gestores e profissionais de saúde na contenção do vírus no sistema prisional. OBJETIVO: Analisar a percepção de homens encarcerados acerca dos cuidados prestados à saúde durante a pandemia de COVID-19. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quanti-qualitativa, que teve como público-alvo homens em condições de pena privativa de liberdade em uma Unidade Prisional (UP) no interior do Maranhão. A coleta dos dados foi realizada nos dias 15 e 16 de maio de 2024 por meio de um questionário semiestruturado. As perguntas foram transcritas e analisadas através da análise de conteúdo proposta por Bardin. RESULTADOS: Participaram da pesquisa 5 homens com idade entre 20-59 anos, predominantemente eram solteiros (80%), pardos (60%), declararam saber ler e escrever (40%), testaram positivo para COVID-19 (80%) e apresentaram sintomas da doença (80%). Ao serem questionados sobre os cuidados recebidos durante a pandemia para tratar doenças já existentes os internos relataram que continuaram recebendo os tratamentos para as doenças preexistentes. Sobre os serviços de saúde prestados, alegaram o uso constante de medicação, acompanhamento da equipe de saúde, vacinação contra COVID-19 e o acesso aos serviços hospitalares. Em relação as medidas que foram tomadas para prevenir e controlar a doença na UP, argumentaram que as visitas foram suspensas, que hábitos de higienização das mãos com álcool em gel e o uso de máscaras tornaram-se comum e nos casos de suspeita ou de diagnóstico positivo eram isolados em um outro pavilhão separado dos demais, para receber os devidos cuidados e tratamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Desse modo, foi possível identificar as medidas de prevenção e controle adotados pela instituição para conter a disseminação da COVID-19 no ambiente prisional e quais os tratamentos ofertados para aqueles que foram diagnosticados pela doença. Percebe-se também que, sob a perspectiva dos internos, os cuidados e as medidas adotadas pela UP estavam de acordo com o que preconizava o Ministério da Saúde durante o período pandêmico.