
Anais - 26º CBCENF
Resumo
Título:
CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS DE TENTATIVA DE SUICÍDIO POR INTOXICAÇÃO EXÓGENA NO PARANÁ
Relatoria:
Ana Luísa Serrano Lima
Autores:
- Paula Antunes Bezerra Nacamura
- Camila Harmuch
- Anny Caroline Ribeiro Devechi
- Cecily Barbosa
- Marcelle Paiano
Modalidade:
Pôster
Área:
Eixo 1: Assistência, gestão, ensino e pesquisa em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: Segundo a OMS mais de 700 mil pessoas morrem anualmente por suicídio, representando uma a cada 100 mortes registradas. No Brasil, o DATASUS relatou que em 2022 houve mais de 153.488 casos de lesões autoprovocadas, sendo 58,8% por envenenamento/intoxicação exógena. Objetivo: Caracterizar os casos de tentativa de suicídio por intoxicação exógena no Paraná entre 2013 e 2023. Metodologia: Estudo documental utilizando dados do SINAN/DATASUS, abrangendo notificações de intoxicação exógena (CID 10 T65.9) entre 2013 e 2023. A análise incluiu estatísticas descritivas das variáveis disponíveis, como sexo, idade, cor da pele, escolaridade, agente tóxico, tipo de exposição, classificação final, critérios de confirmação e evolução do caso. Resultados: Foram notificados 155.515 casos de intoxicação exógena, com predomínio de tentativas de suicídio (50%), acidentais (20%) e abuso (14%). A maioria das tentativas de suicídio ocorreu entre mulheres (73%), com idades entre 20 e 39 anos (49%), predominantemente brancas (72%) e com ensino médio completo/incompleto (37%). Medicamentos foram o agente tóxico mais comum (85%), com 79% dos episódios sendo exposições agudas únicas. O critério clínico foi o principal para confirmação diagnóstica (66%) e a maioria dos casos foi classificada como intoxicação confirmada (83%). O óbito foi registrado em 1% dos casos, majoritariamente entre homens (54%), enquanto 90% evoluíram para cura sem sequelas, predominantemente entre mulheres (73%). Discussão: Esses dados são consistentes com outros estudos nacionais, que apontam maior prevalência entre mulheres devido a fatores hormonais e metabólicos. Medicamentos são os agentes mais comuns em tentativas de suicídio devido à fácil acessibilidade. Ser jovem e ter baixa escolaridade são fatores de risco significativo, pois estão mais associadas a ocupações sabidamente mal remuneradas, como estudantes. A predominância da raça branca é mais comumente encontrada na região sul do Brasil, em nível nacional esses dados são heterogêneos. Conclusão: das tentativas de suicídio por intoxicação exógena analisadas, evidenciou-se uma maior prevalência entre mulheres brancas, jovens adultas, com idades entre 20 e 39 anos, que utilizaram medicamentos e tiveram uma evolução para a cura. É necessário o aprimoramento das estratégias de educação permanente dos profissionais e a elaboração de políticas públicas para o atendimento e acompanhamento dos pacientes após a alta hospitalar.