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Anais - 26º CBCENF

Resumo

Título:
ASSOCIAÇÃO ENTRE VIOLÊNCIA NA INFÂNCIA E IDEAÇÃO SUICIDA NAS MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA CONJUGAL
Relatoria:
MAYANA BONFIM FERREIRA
Autores:
  • Moniky Araújo da Cruz
  • Joana D’arc Ferreira Lopes Santos
  • Julia Kruschewsky de Oliveira Parente
  • Maria Enoy Neves Gusmão
  • Nadirlene Pereira Gomes
Modalidade:
Pôster
Área:
Eixo 1: Assistência, gestão, ensino e pesquisa em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A violência entre parceiros íntimos é caracterizada pelo abuso de poder e controle em diversas esferas, resultando em impactos negativos na saúde física e mental. Sofrer violência na vida adulta já traz repercussões significativas, quando há um histórico de violência na infância esse sofrimento pode ser ainda mais intensificado. Objetivo: Investigar associação entre a vivência de violência na infância e ideação suicida nas mulheres com história de violência conjugal. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa com abordagem quantitativa, do tipo corte transversal. O locus de estudo foi na sede da Operação Ronda Maria da Penha, na cidade de Salvador/BA. Foram entrevistadas um total de 231 mulheres entre fevereiro e junho de 2021. Foram incluídas aquelas com história de violência conjugal e maiores de 18 anos, sendo excluídas do estudo mulheres que referiram possuir transtorno psicótico. Análise de dados foi por meio do software Rstudio sendo efetuado o cálculo da razão de prevalência. O estudo atendeu aos aspectos éticos pactuados na resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e igualmente aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, sob número 4.933.325. Resultados/Discussão: Evidenciou associação positiva para ideação suicida, sendo estatisticamente significativa, as mulheres que vivenciaram na infância a violência psicológica (RP=1,67; p-valor= 0,019), física (RP=1,63; p-valor=0,049) e sexual (RP= 1,81 p-valor=0,009). Vivenciar violência na infância é um fator de risco para o desenvolvimento da ideação suicida nas mulheres vítimas de violência conjugal. Considerando a transgeracionalidade do agravo, a vivência de violência na infância pode levar mulheres, na vida adulta, naturalizarem e se inserirem em relacionamentos conjugais permeados pela violência. Considerações finais: Os efeitos dessas descobertas estendem-se às esferas clínicas pois demandam ações coordenadas e sensíveis para proteger e apoiar aquelas que enfrentam essa complexa realidade. Esses achados destacam a importância de reconhecer e intervir nas experiências traumáticas das vítimas desde tenra idade, implementando medidas preventivas, terapêuticas e de apoio que possam ajudar a mitigar os impactos devastadores desses traumas.