Introdução: O câncer do colo do útero (CCU) é uma neoplasia maligna, associada à infecção transmitida por via sexual, que possui como agente etiológico dois tipos de HPV (HPV-16 e HPV-18). O CCU é considerado como a quarta principal causa de óbitos no público feminino. Nessa perspectiva, é válido mencionar as formas de prevenção do CCU, sendo a prevenção primária caracterizada pelo uso de preservativos durante as relações sexuais, a secundária através da vacinação contra o HPV e a terciária direcionada ao exame preventivo do câncer do colo do útero (PCCU), que consiste na realização do rastreamento de células precursoras do CCU. Objetivo: Identificar o perfil das mulheres que realizaram PCCU no estado do Pará. Método: Trata-se de um estudo epidemiológico observacional descritivo, do tipo ecológico, utilizando dados secundários de exames PCCU, realizados no período de 2020 a 2024, extraídos do Sistema de Informação do Câncer (SISCAN). As variáveis estudadas foram faixa etária, raça e escolaridade. Resultados/Discussão: Foram identificados 675.944 exames de PCCU, sendo a maior frequência na faixa etária de 35 a 39 anos, em mulheres amarelas e pardas, sendo os menores valores encontrados na raça/cor indígena e preta. A realização do teste qui-quadrado evidenciou significância estatística para as variáveis estudadas, associando-se a menor adesão ao exame citopatológico a condições socioeconômicas desfavoráveis, isto porque a ausência de educação em saúde repercute na disseminação de maiores informações acerca da importância do exame em estudo. Outrossim, os estudos apontam que, para além da questão socioeconômica, os índices de escolaridade se correlacionam às altas taxas de óbito por CCU. Considerações finais: A análise epidemiológica das variáveis de rastreio do CCU associadas a faixa etária, raça e escolaridade são de fundamental importância para o direcionamento de ações coordenadas de educação em saúde para a população, atribuindo a importância do mesmo para a prevenção e promoção à saúde dentro do âmbito social. Sugere-se que novos estudos sejam realizados para a (re)adequação das políticas públicas voltadas à saúde da mulher. É essencial promover a conscientização sobre a importância do exame preventivo e garantir o acesso a serviços de rastreamento adequados para todas as faixas etárias.