Introdução: A prevalência de casos de Tuberculose (TB) na população privada de liberdade (PPL) é um problema de saúde pública recorrente no cenário epidemiológico nacional, estando relacionado a superlotação, infraestrutura precária das instituições prisionais. Para a mudança da realidade imposta, se faz necessário a implementação de políticas públicas que assegurem o direito de acesso à saúde à PPL, a qual requer uma abordagem assistencial que seja condizente à realidade do público. Objetivo: Analisar a incidência de casos positivos por TB na população privada de liberdade no Estado do Pará. Método: Trata-se de um estudo observacional, de caráter quantitativo, do tipo descritivo. A coleta de dados foi realizada no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), buscando identificar o índice de rastreamento de casos confirmados de tuberculose, nos anos de 2020 a 2023, por faixa etária, raça e escolaridade. Resultados/Discussão: A análise dos dados obtidos por meio do sistema de informação evidenciou similaridade nos dados ao decorrer dos anos, sendo evidenciado que o gênero mais atingido é o masculino, a faixa etária com maior taxa de casos confirmados está entre 20 a 39 anos, a raça/cor mais atingida é parda e a escolaridade é de ensino fundamental incompleto. A quantificação dos casos positivos de TB possibilita a implementação de estratégias de intervenção no cenário epidemiológico prisional. O aumento progressivo de casos reflete a realidade na qual estão inseridos, tendo em vista as dificuldades de acesso aos serviços de saúde atreladas ao sucateamento das instituições prisionais, as quais desencadeiam diversos agravantes relacionados à saúde pública. No que concerne às questões de cunho socioeconômico, historicamente a distribuição epidemiológica da TB permeia os grupos sociais desfavorecidos, concomitantemente associados a alta transmissibilidade do agente patógeno. Considerações finais: É necessário, além de quantificar os casos de TB na PPL, conhecer os fatores que permeiam esse contexto e que interferem na dinâmica do adoecimento e tratamento da doença. Os determinantes sociais não se desvinculam da assistência direcionada à população, o entendimento da dinâmica do processo saúde-doenças corrobora na melhoria dos indicadores de saúde, por meio de ações coordenadas e inerentes à realidade assistida.