INTRODUÇÃO: A escolha da via de parto, seja vaginal ou cesariana, é uma decisão complexa e multifacetada, influenciada por uma variedade de fatores sociodemográficos e clínico-maternos. No Brasil, observa-se uma alta taxa de cesarianas, que é uma das maiores do mundo, levantando importantes questões sobre os determinantes dessa escolha e as suas implicações para a saúde materna e neonatal. OBJETIVO: Analisar como características sociodemográficas e clínico-maternas influenciam a decisão sobre a via de parto. MÉTODO: Foi realizado um estudo transversal e descritivo, envolvendo a participação de 21 puérperas atendidas na Clínica Obstétrica, de uma Maternidade de referência do interior do Maranhão. Os dados foram coletados através de entrevistas estruturadas e gravadas. Este estudo é proveniente de uma pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Maranhão (Parecer N° 6.481.396). RESULTADOS/DISCUSSÃO: A análise das 21 puérperas revelou que as mulheres acima de 35 anos apresentaram uma tendência maior para cesarianas (14,3%), devido a questões de saúde, assim como aquelas com maior escolaridade (66,6%) e as de baixa renda (76,8%), por terem menos acesso a informações e recursos que favoreçam o parto vaginal, resultando em uma maior proporção de cesarianas nesse grupo. Disparidades raciais foram observadas, com 65% das mulheres pretas e pardas enfrentando maior taxa de cesarianas, levantando preocupações sobre equidade no sistema de saúde materna. Além disso, o nível socioeconômico das puérperas pode impactar o acesso a serviços de saúde privados, influenciando a preferência pela cesariana. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Este estudo revelou que a escolha da via de parto é uma decisão complexa influenciada por diversos fatores sociodemográficos e clínico-maternos. A alta incidência de cesarianas destaca a necessidade de uma abordagem flexível e adaptável durante o processo de parturição. Logo, para garantir uma maternidade segura e satisfatória, é essencial uma assistência obstétrica que respeite as condições individuais e promova uma comunicação aberta entre gestantes e profissionais de saúde.