Introdução: Possuindo diferentes concepções ou formas com as quais compreendem o funcionamento do processo saúde-doença, a prática assistencial torna-se particular para cada grupo indígena. Nesse contexto, o enfermeiro vem assumindo um papel de grande destaque, ao implementar na consulta de enfermagem métodos que centralizam a capacidade de escuta e diálogo, conhecimento interculturais e a realidade antropológica dessa população, resultando assim numa melhora da assistência em saúde. Dessa forma, o presente trabalho objetiva destacar a singularidade da consulta de enfermagem e suas nuances na atenção primária em saúde à uma família indígena. Objetivo: Refletir sobre os desafios de cuidados de saúde à criança indígena da etnia way way. Método: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, elaborado por discentes do 6° período do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA) de uma consulta realizada durante a disciplina Saúde da Criança e do Adolescente no mês de março na Unidade Municipal de Saúde do Guamá, em Belém do Pará. Discussão: A consulta foi conduzida por uma estudante de enfermagem pertencente à etnia way way, que realizou a consulta utilizando o dialeto way way. Foram coletados dados socioeconômicos, queixas da criança e informações sobre gestação, parto e puerpério. O exame físico foi feito com auxílio da professora da disciplina. As dificuldades enfrentadas incluíram compreender os costumes indígenas e superar a barreira linguística. É crucial que os profissionais de saúde entendam e estudem as diferentes etnias atendidas para melhorar os cuidados e promover abordagens culturalmente sensíveis. O entendimento da diversidade cultural na enfermagem é essencial para os enfermeiros no local de trabalho. Conclusão: Conclui-se que a experiência proporcionou a conscientização do acolhimento eficaz a diversidade étnica dos povos Indígenas, sendo em específico os cuidados a criança Indígena Way Way. Diante disso, é necessário o domínio das particularidades da cultura way way, tanto pelos acadêmicos quanto pelos profissionais, para proporcionar inclusão, e a mesma ser acompanhada por elaborações de sistemas e projetos voltados ao rastreamento do desenvolvimento e crescimento das crianças way way. Nesse âmbito, efetua-se o apelo para a elaboração de mais artigos que visem o cuidado em saúde à criança indígena, promovendo um debate mais amplo sobre a cultura Way Way.