Introdução: Nas últimas décadas a medicalização do parto tem sido uma atribuição recorrente no cenário da assistência ao parto e nascimento das sociedades ocidentais. Além disso, observa-se, desde meados dos anos 60, a transferência de nascimentos de baixo risco do cenário domiciliar para o ambiente hospitalar, apesar da falta de evidências de alta qualidade que justificassem tal conduta. Objetivo: analisar as percepções de enfermeiros em relação ao parto domiciliar planejado e suas repercussões na saúde materna e fetal. Método: Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, de caráter descritivo, exploratório. Os participantes do estudo foram quinze (15) enfermeiros obstétricos atuantes em um hospital de referência obstétrica na região norte, com utilização da técnica Snowball Sampling, conhecida também como bola de neve por meio da técnica de recrutamento dos participantes. Os dados foram coletados com a utilização do recurso de gravação para a captação do depoimento com a devida autorização prévia dos participantes e realizado análise de conteúdo.. Resultados/discussão: Para os profissionais que tomam como conduta participar de uma equipe de parto domiciliar planejado, alguns tomam como significados de preconceito sobre as atitudes de escolha da mulher para o parto domiciliar, que enfrentam questões de julgamento. Estudos demonstram que, apesar da OMS reconhecer o parto domiciliar planejado como uma modalidade de parto segura e humanizada, muitas mulheres ainda enfrentam argumentos de profissionais de saúde inapropriados da autoridade socialmente lhes conferidas. Dessa forma, é utilizado de discursos de que o parto domiciliar é inseguro, que influência diretamente na renúncia dessa escolha por parte da mulher. Os profissionais afirmam que parir no hospital lhe confere mais segurança e constitui menos doloroso. Conclusão: O estudo buscou a compreensão dos significados de enfermeiros sobre o parto domiciliar planejado, onde mostrou que há uma necessidade de uma superação do modelo obstétrico vigente no Brasil, com mudança de atitudes e significados frente aos profissionais de saúde sobre o PDP. Pois, a mulher é marginalizada, sofre estigmas e preconceitos frente a sua escolha do PDP.