INTRODUÇÃO: As últimas décadas foram marcadas pelo avanço de políticas de saúde com base na equidade e na visibilidade das questões de saúde dos mais diversos grupos populacionais na sociedade. No quesito formação dos enfermeiros, abordar a temática LGBTQIA + nos currículos dos cursos de graduação é uma importante ferramenta para a formação de profissionais preparados para compreender e atuar nas questões sociais e de saúde dessa população. OBJETIVO: Investigar as matrizes curriculares dos cursos de graduação em Enfermagem quanto a abordagem da temática LGBTQIA+. MÉTODO: Trata-se de um estudo metodológico tipo análise documental que investigou currículos dos cursos de Graduação em Enfermagem de Universidades Federais brasileiras. Foram incluídos no estudo documentos disponibilizados nos sites oficiais das Instituições de Ensino e continham informações completas referentes à matriz curricular, ementa das unidades curriculares, carga horária total do curso, quantidade de unidades curriculares. Para extração dos dados foi elaborada uma planilha com auxílio do Excel. As informações foram extraídas dos documentos disponibilizados, conferidas por dos pesquisadores e discutidas discrepâncias. RESULTADOS: 49 instituições de ensino, sendo 08 da região norte, 13 nordeste, 09 sul, 04 centro-oeste e 15 sudeste. A matriz curricular foi elaborada entre 2007 a 2024, tempo mínimo para integralização de 04 a 05 anos e carga horária total média de 4.445 horas. Os cursos tinham em média 45 unidades curriculares obrigatórias. 22 (45%) Matrizes Curriculares apresentam Unidades Curriculares que abordam a temática LGBTQIA+. A maioria dos cursos apresenta apenas 01 Unidade Curricular na temática LGBTQIA+, sendo no máximo 03 por curso. Os títulos das Unidades Curriculares se voltavam para conteúdos da atenção primária à saúde, saúde do homem e da mulher, antropologia, sociologia, ética, processos de cuidado, populações vulnerabilizadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados apontam que a temática LGBTQIA+ tem sido abordada de forma insuficiente nos currículos dos cursos de graduação, tanto no quesito quantidade de unidades curriculares que abordam o tema quanto no quesito do manejo do tema. Ainda persistem formatos que demonstram discriminações de gênero e invisibilidade das necessidades da população LGBTQIA+ na formação da enfermagem brasileira.