Introdução: Caracterizada por alto potencial de infectividade e virulência, a COVID-19 define-se por um quadro infeccioso respiratório agudo de etiologia viral provocado pelo SARS-CoV-2, cujo primeiro caso no Brasil foi registrado em 2020. Desde então, estudos demonstram que indivíduos com doença cardiovascular prévia ou fatores de risco associados tendem a apresentar prognósticos menos favoráveis. Objetivo: Descrever os desfechos clínicos em cardiopatas acometidos por COVID-19 de 2021 a 2023 no Estado de Sergipe. Método: Trata-se de um estudo ecológico, descritivo, fundamentado em dados secundários. Os dados foram levantados no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe, disponíveis no Banco de Dados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) do Ministério da Saúde. Foram analisados apenas indivíduos que apresentaram SRAG por COVID-19 confirmado, portadores de cardiopatia, internados no período entre 2021 a 2023, no Estado de Sergipe. Ademais, foram utilizadas as variáveis sexo, idade, raça/cor, internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e evolução do caso (cura e óbito). Os dados foram analisados através do software Microsoft Excel, por meio de frequência simples e absoluta. Resultados/Discussão: No período analisado ocorreram 1.943 internações de indivíduos cardiopatas acometidos por COVID-19 em Sergipe. Dentre esses pacientes, 972 (50,03%) evoluíram com a cura e 971 (49,97%) ao óbito. Em relação à necessidade de suporte intensivo, constatou-se que 40,66% foram internados na UTI, enquanto 52,03% conseguiram se recuperar em uma unidade de internação. Quanto ao perfil sociodemográfico, observa-se que os pacientes internados foram predominantemente do sexo masculino (52,14%), com raça/cor autorreferida pardos (52,24%) e na faixa etária acima de 65 anos (60,42%). A análise comparativa entre os anos demonstra que o maior percentual de casos notificados ocorreu no ano de 2021 (67,94%), seguido por uma queda significativa em 2022 (30,57%), e em 2023 com 1,49% dos casos. Considerações Finais: Os dados demonstram que um número expressivo de indivíduos cardiopatas foi internado por COVID-19, embora não tenha havido uma diferença significativa entre os desfechos de cura e óbito. Diante dos impactos e desafios enfrentados pelo sistema de saúde durante a emergência de Saúde Pública vivenciada no período, destaca-se a necessidade de avanços na pesquisa e prática técnico-científica da Enfermagem, com intuito de aprimorar a assistência prestada.