INTRODUÇÃO: O câncer do colo do útero é o mais incidente na região nordeste (16,10/100 mil). De modo geral, 70% dos casos ocorrem em áreas com menores índices de desenvolvimento humano. Doenças ligadas à desestruturação socioambiental como a pobreza e as más condições sanitárias, apresentam maior incidência na população negra, não por razões étnicas, mas por uma relação socioeconômica e ambiental desarmônica. Diante da descoberta de que a mulher é portadora do HPV, o relacionamento conjugal, na maioria das vezes, é modificado. OBJETIVO: Analisar os impactos da positividade HPV nos sentimentos e dinâmica conjugal de mulheres quilombolas. METODOLOGIA: Estudo transversal descritivo. Realizado em 5 áreas quilombolas em Caxias-MA. A aplicação do questionário com o principal critério de inclusão das mulheres: ter um laudo positivo e de exclusão, não residir em uma das áreas. A pesquisa foi aprovada sob Parecer nº 2.867.682. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Foram identificados 60 casos positivos para HPV. Este estudo inclui 41 casos, sendo 14(34,14%) na comunidade quilombola Cana Brava, 10(9,75%) na Jenipapo, 3(7.31%) na Lagoa dos Pretos, 20(48.78%) no Lavras e, 03(7.31%) na Soledade. A maoria das mulheres caracterizaram-se como: negras, pré-idosas, de baixa nível socioeconômico, escolaridade baixa, casadas, católicas e beneficiárias de programas sociais. 68,3%(n=28) informaram ter sofrido impactos emocionais da infeção HPV com 76% (n=31) no relacionamento conjugal. Deste modo, os sentimentos e moções trazidos a tona pelo parceiro foram: a culpa, o sofrimento a desconfiança, a rejeição, a abstinência sexual, o afastamento e a separação. Destes, os mais frequentes foram a culpa e a desconfiança com 17,1% (n=7) cada e, o menos frequente foi a separação com 2,4% (n=1). CONSIDERAÇÕES FINAIS: O resultado da positividade do exame para infecção HPV trouxe impactos emocionais na dinâmica conjugal segundo a maioria das mulheres quilombolas. Diversos sentimentos negativos foi ocasionado pelo parceiro que tentou colocar a mulher como vilâ. Dentre estes sentimentos, destacou-se a culpa da infecção e a desconfiança da fidelidade. Desse modo, o estudo revelou a necessidade e oferecer suporte emocional e psicológicos para esta mulheres. Novos estudos com amostras mais abrangentes necessitam serem realizadas para uma melhor compreensão destes impactos.