Introdução: A injúria renal aguda (IRA) tem sido descrita como uma complicação severa da COVID-19, elevando o risco de mortalidade, aumentando assim os cuidados proporcionados. Apesar da importância do uso do Nursing Activities Score (NAS) para avaliar a carga de trabalho, pouco se sabe sobre essa temática no âmbito de pacientes com IRA em unidades de terapia intensiva (UTI), diagnosticados com COVID-19. Objetivo: Avaliar a carga de trabalho da enfermagem em pacientes críticos com IRA e COVID-19. Método: Trata-se de estudo com abordagem quantitativa, prospectivo com análise estatística descritiva e inferencial, realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, São Paulo. Resultados/Discussão: Observou-se que, nos dias em que os pacientes necessitaram de suporte renal artificial (SRA), a média do NAS foi de 79,3 em uma amostra de 68 pacientes para o ano de 2020 e 80,8 em 2021 para uma amostra de 192 pacientes. Entretanto, para os dias em que não houve necessidade de SRA, a média entre os anos de 2020 e 2021 subiu para 82,1 em uma população de 51 pacientes e 80,8 em uma amostra de 171 pacientes. Valores semelhantes de NAS foram relatados em um estudo realizado em um hospital da Itália no qual a média do NAS foi de 63 para 84 durante a pandemia, o que incorre em um aumento da carga de trabalho da enfermagem em 33%. Médias ainda mais altas foram observadas em um estudo realizado em uma UTI brasileira no qual, o NAS médio de pacientes com COVID-19 em SRA foi de 96%. Houve significância estatística tratando-se da média de dias em que os pacientes necessitaram de SRA durante a hospitalização. Em 2021 a média foi um pouco maior (7,1 dias) quando comparada à 2020 (6,2 dias), em uma amostra de 69 pacientes em 2020 e 216 pacientes em 2021, evidenciando um p valor de 0,0223. Considerações finais: Observou-se um aumento da carga de trabalho da enfermagem no âmbito da pandemia porém, há uma lacuna na literatura tratando-se da carga de trabalho da enfermagem no contexto das terapias dialíticas na assistência à pacientes críticos. Para tanto, ressalta-se a importância de desenvolver mais estudos dentro desse contexto, principalmente com terapias de suporte, objetivando otimizar a assistência à pacientes críticos.