INTRODUÇÃO: A Sífilis Gestacional (SG) é uma infecção provocada pelo Treponema pallidum, uma bactéria que pode afetar o indivíduo durante a gravidez e, quando não tratada, resulta na transmissão vertical, predispondo ao parto prematuro, abortos, anomalias congênitas e morte fetal precoce. A alta incidência da SG é um sério desafio de saúde pública e um dilema complexo que surge quando não há diagnóstico precoce ou adesão ao tratamento recomendado. Entre 2005 e 2017, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) registrou 200.253 casos de sífilis gestacional no Brasil. A nível estadual, no Rio Grande do Norte (RN), no período de 2019 a 2022, a região totalizou 8.014 casos de SG notificados. OBJETIVO: Analisar a incidência de SG com evolução para aborto e natimorto no RN entre 2019 e 2022, e sua projeção para 2025. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo do tipo ecológico e de abordagem quantitativa, desenvolvido por meio de dados secundários obtidos em 2023, do SINAN por meio do DATASUS, referentes aos anos de 2019 a 2022. RESULTADOS: De acordo com os resultados do presente estudo, observa-se uma tendência de redução no número de casos notificados de aborto por SG durante o ano de 2019. Com isso, em 2020, não foram registrados novos casos, em contraste com um aumento significativo dos casos confirmados entre 2021 e 2022, atingindo aproximadamente a marca de 9 casos nesse período. Os resultados sugerem que nos anos subsequentes, de 2023 a 2025, espera-se uma diminuição no número de casos notificados, permanecendo abaixo da média de 5 casos por ano. Em relação à evolução dos casos de natimorto, observa-se uma estabilidade no número de casos entre os anos de 2019 e 2020, totalizando 10 casos notificados. No período de 2020 a 2021, houve um aumento progressivo, chegando a aproximadamente 13 casos confirmados ainda em 2021 e 14 casos confirmados em 2022. A análise sugere que nos anos seguintes, de 2023 a 2025, espera-se uma redução no número de casos notificados em comparação ao ano de 2022, mantendo-se abaixo da média de 14 casos por ano. CONCLUSÃO: Os resultados apontam para uma redução esperada nos casos notificados de aborto por Sífilis Gestacional e uma tendência de estabilização nos casos de natimorto no Rio Grande do Norte até 2025. Essas projeções ressaltam a importância contínua da vigilância e intervenção precoce para mitigar os impactos adversos dessa infecção durante a gravidez, visando a promoção da saúde materna e fetal.