O uso abusivo de álcool e outras drogas é um problema global. No ano de 2021, foram registrados 400,3 mil atendimentos a pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool e drogas. A Atenção Primária é a porta de entrada na abordagem desses pacientes, junto aos atendimentos especializados, direcionados aos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas, Unidades de Desintoxicação e Hospital-Dia, que são constituídas por equipes multiprofissionais, com base na interdisciplinaridade para situações de crise e no processo de reabilitação, utilizando-se a escuta como estratégia terapêutica de comunicação indispensável para compreender o outro. Assim, objetiva-se relatar a experiência de acadêmicas na realização de atividades de Escuta Terapêutica com usuários de um serviço de Saúde Mental. Trata-se de relato de experiência descritivo de abordagem qualitativa, realizado de março a maio de 2023. O primeiro momento foi de apresentações das acadêmicas e participantes, com informações importantes como nome, idade, cidade e tempo que frequenta o serviço de saúde, esse momento foi realizado de forma bem descontraída. Logo após, foram apresentadas as atividades propostas: roda de conversa com escuta terapêutica e dinâmicas focadas em autoestima. Durante a roda de conversa, foi desenvolvido um momento de escuta no qual os pacientes estavam confortáveis para externar suas experiências no serviço de saúde e vivências relacionadas aos transtornos, como começou e ocorreu o processo, tratamentos e relações. Após a roda de conversa, foram realizadas duas dinâmicas: a primeira consistiu em distribuir folhas e canetas e solicitar para que escrevessem algo que os motivasse a seguir com o tratamento; e a segunda na solicitou-se a escolha de uma imagem que representasse algo significativo e o porquê. Foi possível perceber que os participantes se mostraram confortáveis para partilharem suas vivências, interagindo entre si. Além disso, percebeu-se a necessidade de momentos de interação do grupo para oportunidades de escuta, fala e motivação, visto que, implica positivamente no tratamento e na partilha de experiências, persistências em buscar o tratamento e melhor qualidade de vida. As acadêmicas sentiram-se comovidas com relatos impactantes e gratas por proporcionarem o momento. Foi possível observar a necessidade de implementar a escuta que, por vezes, se torna negligenciada, para melhor prestação de assistência ao paciente, com foco no cuidado integral.