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Anais - 25º CBCENF

Resumo

Título:
O DIAGNÓSTICO DE TDAH E A MEDICALIZAÇÃO DA INFÂNCIA
Relatoria:
YURE RODRIGUES SILVA
Autores:
  • MARCOS RODRIGO OLIVEIRA
Modalidade:
Pôster
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
O processo de medicalização de crianças têm aumentado na sociedade atual, à medida que crescem os diagnósticos de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). As questões sociais que implicam em dificuldades como o processo de aprendizagem nas escolas, são esquecidas e tamponadas pela lógica da patologização e da medicalização extremas de comportamentos e vivências humanas. Neste sentido, este estudo busca refletir sobre os riscos da medicalização dos comportamentos na infância. Este texto trata-se de um ensaio teórico, de ordem de apresentação lógico-reflexiva. Para tal, foi realizada revisão de literatura de estudos publicados entre os anos de 2018 e 2023. A contemporaneidade apresenta uma crescente polarização discursiva acerca dos transtornos mentais. As redes sociais contribuem para a disseminação de informações errôneas sobre o TDAH, de modo que os sujeitos podem ser compreendidos como vítimas do processo de patologização social. Os comportamentos são categorizados em normas que classificam as condutas. O diagnóstico de TDAH é realizado, muitas vezes, desconsiderando o contexto social e as experiências que acarretam em prejuízos às crianças. A medicalização ocorre como método de atenuar as condições “anormais”, possibilitando maior controle dos comportamentos. Por medicalização, como o próprio termo sugere, entende-se que o saber médico se sobressai, configurando a medicina como área de intervenção direta. Deste modo, os demais saberes, como a psicologia, são negligenciados. Compreende-se que deveria haver maior articulação entre os saberes, considerando, inclusive, as pautas e questões sociais, além de valorização e respeito aos modos de ser das crianças. A patologização e a medicalização, quando realizadas sem cuidado, oferecem riscos como a desconsideração acerca daquilo que o corpo deseja falar.