Introdução: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, crônica, potencialmente incapacitante, causada pelo agente etiológico Mycobacterium leprae, que tem preferência por acometer os nervos periféricos dos indivíduos. A Atenção Primária à Saúde (APS) atua como porta de entrada do sistema de saúde às pessoas acometidas pela doença atuando sob o diagnóstico, tratamento e acompanhamento, exame de contatos e a prevenção de incapacidades e deformidades. Dessa maneira, na APS os profissionais devem estar munidos do conhecimento sobre prevenção de incapacidades em hanseníase para prestação de uma assistência integral à essa população. Objetivo: Analisar o conhecimento dos profissionais de saúde em relação à prevenção de incapacidades em hanseníase. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional de abordagem qualitativa e descritiva, realizado de 2021 a 2022 em uma Unidade de Saúde da Família de Pernambuco. Os participantes foram escolhidos de maneira não-probabilística, de conveniência, sendo profissionais das equipes de Saúde da Família e do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB). Os dados foram coletados por entrevistas semiestruturadas individuais, contendo perguntas de caráter sociodemográfico e sobre prevenção de incapacidades. Os dados foram analisados pela técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Resultados: Foram entrevistados dez profissionais de saúde com faixa etária de 43 a 73 anos, todos com Ensino Superior Completo, e seis deles pós-graduados, com tempo mínimo de atuação na APS de 11 anos e máximo de 28 anos, que responderam à pergunta: “É possível prevenir que as pessoas afetadas pela hanseníase desenvolvam incapacidades ou deformidades? De que forma?”. Os profissionais relataram no DCS que é possível prevenir incapacidades através do diagnóstico precoce e tratamento/acompanhamento adequados, entretanto apenas um profissional mencionou cuidados com a pele e pés como forma de prevenção, os demais não mencionaram promoção ao autocuidado e no DSC não houve menção ao manejo de lesões traumáticas, reabilitação física, intervenções cirúrgicas, manejo das reações hansênicas, entre outros. Considerações finais: Embora reconheçam a possibilidade de prevenir incapacidades e deformidades em hanseníase citando o diagnóstico precoce e tratamento adequado, os profissionais apresentaram limitação no conhecimento acerca da prevenção dessas complicações, cenário que implica na prestação da assistência integral a essa população.