Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
VIOLÊNCIA SIMBÓLICA NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE DE PESSOAS TRANS: PERSPECTIVA BOURDIEUSIANA
Relatoria:
Anna Kalyne César Grangeiro Adriano
Autores:
- Jonathan Pereira de Sousa
- Isabela Lunara Alves Barbalho
- Francisca Andreza Passos Silva
- Petra Kelly Rabelo de Sousa Fernandes
Modalidade:
Pôster
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: O estigma e preconceito envolto das pessoas trans, minoria pertencente a população LGBTQIAP+, constrói barreiras para o processo inclusão nos diferentes cenários sociais, em especial dos serviços de saúde. Trata-se de segmento social com necessidades e especificidades ainda mais singulares quando comparados a outras minorias, em contraste são vítimas de constantes discriminações dentro dos espaços de assistência à saúde. Objetivo: Analisar esse fenômeno por meio da óptica sociológica de Pierre Bourdieu correlacionando com seus conceitos nucleares, ‘’campo’’, ‘’habitus’’, ‘’capital’’ e ‘’violência simbólica’’ na perspectiva do atendimento de saúde às pessoas trans. Método: Este estudo possui caráter teórico-reflexivo desenvolvido por meio da perspectiva bourdieusiana a partir de obras que abordam acerca esses conceitos. Resultados: Há certo estímulo para que sejam definidas as desigualdades na relação profissional-paciente, uma vez que isso acontece por meio da distribuição desigual de capitais, este que simboliza poder concentrado no grupo dos dominantes, os profissionais de saúde, sob os dominados, os pacientes trans. Nesse contexto é criada a naturalização e os dominados se tornam passivos perante a situação, se caracterizando como habitus. Assim, distanciando as pessoas trans ao acesso equânime aos atendimentos de saúde, pois ao sofrerem o processo de violência simbólica são vítimas passivas e se encontram em posição que dificulta o empoderamento nos serviços de saúde. Desse modo, é estabelecida situação cíclica que leva a menor adesão da minoria aos espaços de oferta aos cuidados em saúde. Sendo potencializadas cada vez mais a dificuldade do alcance dos direitos das pessoas trans. Com isso, o conjunto de impasses como a não utilização do nome social, uso incorretos de pronomes, preenchimento de prontuários inadequados e desconhecimento das demandas dessa minoria por parte dos profissionais, se torna cada vez mais recorrente. Trazendo, desse modo, a crescente exclusão desse segmento social. Considerações finais: Portanto, o fortalecimento dessa distribuição desigual de capitais entre as pessoas trans e profissionais da saúde no campo da Rede de Atenção, acaba por direcionar a um habitus que fortalece o atendimento cisheteronormativo, bem como naturaliza a violência simbólica experienciada por esse segmento populacional, provocando, com isso, o distanciamento das pessoas trans dos serviços de saúde.