Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
DESCARTE INADEQUADO DE RESÍDUOS MEDICAMENTOS NO MEIO AMBIENTE E SEUS IMPACTOS NA SAÚDE PÚBLICA
Relatoria:
Maxuell Furtado Costa
Autores:
- Gabrielly dos Santos Mendonça
- Elisvânia Nunes Braz
- Jucilene Miranda Ramos
- Benedito do Carmo Gomes Cantão
Modalidade:
Pôster
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
No Brasil a cultura da automedicação é uma realidade latente. Isto ocorre, em certa medida, pelo fácil acesso às medicações e até mesmo ao próprio conhecimento expandido e divulgado pelos meios digitais e internet. Segundo pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), por meio do Instituto Datafolha, constatou-se que a automedicação é um hábito comum a 77% dos brasileiros, o que torna a sociedade brasileira consumidores desenfreados de medicamento não prescritos. Desse modo, este trabalho tem como objetivo analisar o descarte impróprio de resíduos medicamentosos, no município de Tucuruí, no estado do Pará, com vistas à análise dos riscos ambientais e na saúde humana. Para isso o percurso metodológico se deu a partir das seguintes estratégias, a saber: a) Visitação em três Unidades Básicas de Saúde (UBS) e nas Secretarias de Vigilância Sanitária e de Saúde do Município; b) Entrevistas com usuários, das UBS, que fazem uso de medicamentos de uso contínuo; c) sistematização e análise dos dados. Os resultados se traduzem pelas seguintes constatações: A secretária de Vigilância Sanitária responsabiliza-se somente pelo recolhimento dos resíduos medicamentosos originados das UBS’s e locais responsáveis por prover serviços públicos de saúde. Constatou-se ainda que nas próprias UBS’s não existem ponto de coleta destes resíduos. No município como um todo, com uma população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 116.605 habitantes apenas duas farmácias disponibilizam pontos de coleta, o que se considera um agravante neste contexto, uma vez que as empresas farmacêuticas alavancam fortunas com o uso desordenado de medicamentos. As entrevistas nas UBS’s evidenciaram que os resíduos medicamentosos são descartados em locais considerados inadequados, como pias, esgotos e lixo comum, e quando questionados, muitos não tinham noção dos efeitos prejudiciais a curto e longo prazo que tal ação provoca no meio ambiente e na vida em sociedade. Os medicamentos em si são considerados resíduos químicos, propensos à bioacumulação, resistentes às chuvas e temperaturas, podendo contaminar o solo, ar e água. Os riscos e prejuízos se dão em cadeia, portanto o enfrentamento desta problemática é questão inadiável.