Introdução: A Organização Mundial da Saúde define aborto como a interrupção da gravidez até a 22ª semana de idade gestacional. O abortamento gera grande impacto na saúde da mulher, haja vista que ela irá presenciar a perda e impacto em seu sistema biológico, fisiológico e emocional. Com isso, o cuidado humanizado de enfermagem envolve a atenção de qualidade, em todos os aspectos, e a prestação do atendimento necessário com intuito de garantir segurança e conforto à mulher nesse momento de suscetibilidade. Objetivo: Analisar a assistência e o cuidado humanizado de enfermagem às mulheres vítimas de abortamento. Método: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, realizada nas bases BDENF, LILACS E MEDLINE, por meio da Biblioteca Virtual em Saúde em agosto de 2023. A questão norteadora do estudo foi: “Existe uma boa assistência realizada pela enfermagem em casos de abortamento?”. Os descritores utilizados foram “Aborto”, “Cuidados de Enfermagem" e “Humanização da Assistência”, unidos pelo operador booleano “AND”. Foram incluídos estudos publicados em português e inglês, completos e disponíveis on-line, publicados entre 2018 e 2023. Foram excluídos artigos de revisão, materiais da literatura cinzenta e que não relacionassem a assistência de Enfermagem a casos de abortamento. Resultados: A partir do mecanismo de busca foram encontrados 219 sendo que 203 publicados em língua inglesa. Destes, 17 artigos foram selecionados para presente revisão. A maior quantidade de publicações ocorreu no ano de 2020, compreendendo 41,17%, seguido do ano de 2021 com 35,71%. Nota-se que a percepção assistencial da enfermagem perante o aborto é levantada em grande parte dos estudos, em 23,53% deles foi abordado o nível de conhecimento em relação à temática, sendo 82,35% mencionado quanto às práticas assistenciais. Conclusão: Observa-se relevância da temática para a prática profissional da enfermagem visto que a não exploração dela, sobretudo durante sua formação, impacta de maneira negativa nos cuidados e na assistência prestada em cenários de abortamento. Como desafios, vê-se que profissionais priorizam a assistência técnica e deixam a humanização a desejar. Portanto, mulheres que recebem uma assistência humanizada vivenciam uma experiência positiva, sendo, para isso, primordiais uma boa comunicação e uma rede de apoio nós cuidados pré, intra e pós-aborto.