Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
Gênero como mar de atravessamentos
Relatoria:
Josué Barbosa Sousa
Autores:
- Mayla Andressa dos Santos
- Lisandra Alves Nascimento
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Trabalho de conclusão de curso
Resumo:
Introdução: Refletir sobre gênero é questionar algo que está em constante transição sobre suas dimensões e definições (mesmo que o questionamento “pareça” não acontecer por vezes e que se naturalize o não pensar), é questionar a própria percepção que perpassa os diversos ciclos da vida do ser humano, é questionar a vivência das nossas ações e de como nos percebemos enquanto indivíduos pertencentes a uma sociedade e um espaço. O objetivo da pesquisa foi conhecer as percepções destes profissionais sobre a temática gênero, no contexto da adolescência e refletir sobre as relações e práticas em saúde. As entrevistas foram realizadas no período de julho a outubro de 2021. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa monográfica, realizada para obtenção do título de especialista em saúde mental pela autora principal, desenhou-se qualitativa, narrativa por meio da técnica da história oral, que possibilita a rememoração sobre uma respectiva época. A questão de pesquisa foi norteada pela temática do gênero na adolescência, contou com a participação de cinco profissionais de saúde de um Centro de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência, de diferentes núcleos. Pesquisa aprovada em Comitê de Ética sob o CAAE nº 47554621.9.0000.5530. Resultados: Talvez possam ser narradas algumas falas, que subjetivamente revelam a relação da adolescência com a própria inconstância do que se pensa sobre gênero, e que caminha até a vida adulta, em outro ritmo, em outro tempo. Por ora, o saber pode estar disfarçado de constância, e aos poucos retoma a sua forma móvel, impermanente. Mas e na adolescência, se sabe sobre as coisas? Sabemos ao menos das coisas que neste período achamos que sabemos, até nos darmos conta de que questionar não significa necessariamente não saber. Mas e se não soubermos? Adolescer e questionar pode significar um deslocar, um transformar: Um saber se locomovendo a um perceber-se; a um perceber o outro, o mundo, a vida. Conclusão: Nem todos os caminhos terão finais. As placas de PARE podem estar presentes em alguns contornos, cruzamentos, mas às vezes é preciso olhar além das sinalizações e saber que há caminhos que seguem e caminhos que refletem as histórias dos desenhos que os sinalizam e em alguns momentos é preciso parar: retornar, sair, voltar e desenhar novamente, pois afinal (ou ao final), as histórias se cruzam, as histórias se afetam, nos afetam, é na história do outro que olhamos para a nossa, que olhamos para nós, que olhamos para o outro.