Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
FATORES ASSOCIADOS A SINTOMAS DEPRESSIVOS ENTRE TRABALHADORAS DE ENFERMAGEM NO CONTEXTO DA COVID-19
Relatoria:
ANA PAULA SANTOS DE JESUS
Autores:
- Margarete Costa Helioterio
- Fernanda de Oliveira Souza
- Paloma de Sousa Pinho Freitas
- Guilherme Loureiro Werneck
- Tânia Maria de Araújo
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Formação, Educação e Gestão em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A pandemia de COVID-19 ocasionou profundas transformações no trabalho da enfermagem, com o aumento da sobrecarga de trabalho, falta de insumos, novos fluxos e mudanças na organização do trabalho enfermagem, podendo oferecer um risco aumentado para transtornos mentais, sobretudo a depressão. Objetivo: Estimar a prevalência de sintomas depressivos e os fatores associados entre trabalhadoras de enfermagem. Método: Estudo transversal com amostra aleatória (n=317) de trabalhadoras de enfermagem da atenção primária e média complexidade de três municípios da Bahia, realizado no período de março de 2021 a abril de 2022. Foi aplicado um questionário padronizado para coleta de dados sociodemográficos, ocupacionais e de saúde. Para avaliação dos sintomas depressivos empregou–se o PHQ9. Foi utilizado como ponto de corte para definição do desfecho o escore >=9. Na análise univariada, foram utilizadas frequências absolutas e relativas. Nas análises bivariadas, razões de prevalências e os respectivos intervalos de confiança (95%) foram estimados por Regressão de Poisson com variância robusta. Os dados foram analisados com o pacote estatístico STATA, 15.0. Resultados: A prevalência global de depressão entre trabalhadoras de enfermagem foi de 27,1%. Enfermeiros tiveram uma maior prevalência de sintomas depressivos (34,4%) quando comparado a técnicas de enfermagem (22,4%). A ocupação de enfermeira foi associada a sintomas depressivos, 54% maior (RP=1,54 IC95% 1,06-2,22) em relação as técnicas de enfermagem. Outros fatores demográficos não foram associados ao desfecho. Fatores ocupacionais como a exposição a situações de agressão e ameaça praticada por acompanhantes (RP=1,85; IC95% 1,27-2,70), chefes e colegas de trabalho (RP=1,82 IC95%1,20-2,77) e violência no trabalho (RP=1,76; IC95% 1,20-2,56) foram fortemente associados aos sintomas depressivos. Conclusões: A alta prevalência de sintomas depressivos entre a equipe de enfermagem em todas as categorias profissionais reflete o contexto vivenciado pelo setor saúde no Brasil durante a pandemia. Situações estressoras e de exposição à violência, com repercussões à saúde mental, podem contribuir para o aumento da morbidade dessas trabalhadoras.