Introdução: Os transtornos mentais estão associados ao risco aumentado de morbidade e mortalidade cardíaca após infarto agudo do miocárdio, e após procedimentos de revascularização coronariana. Tem-se a demanda de estudos que aprofundem o conhecimento sobre a relação entre as doenças psiquiátricas e o desenvolvimento de fatores de risco cardiovascular. Objetivo: Identificar o estado da arte sobre a relação dos transtornos mentais no desenvolvimento de fatores de risco cardiovascular. Método: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura realizada em julho de 2023, na base de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO). Incluíram-se estudos primários disponíveis eletronicamente em português, inglês e espanhol, publicados entre novembro de 2012 a fevereiro de 2023. Aplicou-se a combinação na estratégia de pesquisa: (psiquiátrica) AND (cardiovascular) e "transtornos mentais" AND (cardiologia). A busca culminou em 19 artigos, em que após refinamento do tema, foram excluídos os duplicados, bem como aqueles que não contemplavam o objetivo de estudo. Após leitura minuciosa, foram incluídos 6 artigos. Resultados: Os principais fatores de risco cardiovascular relacionados a transtornos mentais, envolvem o estilo de vida sedentário de longo prazo aliado ao adoecimento psíquico do indivíduo; disforia em pessoas trans como acarretadora de estresse e depressão, ligada à (des)hormonização, possibilitando o surgimento de doenças cardíacas como o infarto agudo do miocárdio, com necessário acompanhamento profissional adequado a quem queira realizá-la; uso de antipsicóticos relacionado ao excessivo aumento de peso e consequente risco cardiovascular; síndrome metabólica, comum a pacientes psiquiátricos e associada à obesidade abdominal significativamente maior, além do fluxo lento coronariano ligando a altas taxas de ansiedade, depressão e distúrbios psicológicos gerais mais elevados. Considerações finais: Compreende-se que existe relação direta e indireta entre doenças psiquiátricas e o risco cardiovascular, ocorrendo desde o adoecimento psíquico como fator mórbido, até o tratamento de transtornos mentais como agente predisponente de doenças cardíacas. Ademais, houve poucas menções sobre o cuidado adequado para mitigar as consequências ocasionadas pelos fatores. Portanto, faz-se notório observar a necessidade de aprofundamento de estudos sobre como manejar clinicamente o desenvolvimento de risco cardiovascular gerado por doenças psiquiátricas.