Introdução: no segundo ano de pandemia, a lesão renal aguda (LRA) afetou aproximadamente 20-40% dos pacientes com COVID-19 admitidos em unidade de terapia intensiva em São Paulo. Objetivo: Avaliar a evolução da LRA nos adultos jovens admitidos em uma UTI por diagnóstico de COVID-19. Método: pesquisa quantitativa, com delineamento longitudinal, retrospectivo e analítico, cuja amostra foi composta por 53 adultos de 20 a 40 anos que estiveram internados no ano de 2021 nas UTIs de um hospital universitário do estado de São Paulo. Os dados foram coletados por meio de prontuário eletrônico e inseridos na plataforma de dados Research Electronic Data Capture (REDCap), sendo analisados pelo software R 4.2.2. Para a comparação das variáveis contínuas com distribuição normal utilizou -se o teste t-student e para as com distribuição não normal o teste de Mann-Whitney. A variável dependente considerada foi a lesão renal aguda desenvolvida ou piorada na UTI, sendo incluídas variáveis que tiveram significância estatística (p<=0,05). Resultados: A incidência de LRA foi 37,7%, sendo que 15,1% tinham como fator de risco doença renal pré-existente. A LRA KDIGO 3 foi a mais prevalente em 48 horas e 7 dias. No entanto, a chance de recuperação renal foi maior em 48 horas do que em 7 dias, o que revelou os piores prognósticos. A LRA e sua evolução foi associada ao uso de VM (p=0.002), uso de droga vasoativa (p=0.02), uso de antibiótico (p=0.018) e sepse (p=0.046). Conclusão: A alta incidência de LRA e sua evolução para KDIGO 3 foram associadas com a variedade de intervenções clínicas em pacientes graves, demonstrando a fragilidade do sistema renal em adultos jovens com COVID-19 na UTI. Este estudo epidemiológico contribui para um manejo dinâmico que visa a prevenção de lesões renais em adultos jovens em UTIs e orienta a equipe multiprofissional em saúde na elaboração de protocolos assistenciais com o objetivo de redução da LRA.