O presente estudo visa relacionar o tempo de permanência de pacientes com dor no serviço de emergência com as categorias de classificação de risco do Sistema de Triagem de Manchester. Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e analítico, realizado com prontuários de pacientes adultos atendidos com queixa principal de dor em um serviço de emergência de Salvador, Bahia. O tempo de permanência foi definido como o intervalo entre a chegada ao serviço até o desfecho. Na análise estatística, utilizou-se o programa statistical package for the social sciences. Para variáveis contínuas foram calculados, média e desvio-padrão, e para as variáveis categóricas, frequência e porcentagem. Para comparar o tempo de permanência com as categorias de classificação de risco, intensidade da dor e desfechos foram utilizados o Teste Qui-Quadrado (valor de p < 0,05). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer nº 773.010. Dos 2.559 prontuários analisados, a média de idade dos pacientes foi de 44,8 ± 17,4 anos, a maioria da raça/cor parda (69,0%) e do gênero feminino (55,8%). Entre os prontuários, 1.524 (59,6%) incluíram registros tanto do tempo de permanência quanto da classificação de risco, e o tempo médio de permanência foi de 3,04 ± 2,7 horas. Observou-se que 82,0% dos pacientes tiveram um tempo de permanência inferior a 6 horas no no serviço de emergência, seguida por 12,4% com permanência entre 6 e 12 horas, 4,9% entre 12 e 24 horas, e 0,8% acima de 24 horas. Na categoria verde, a maioria dos pacientes com dor tiveram tempo de permanência no serviço de emergência menor que 6 horas, quando comparados aos demais; na categoria amarela, a maioria dos pacientes permaneceram no serviço com tempo de 6-12h, que as demais. Para a categoria laranja, os pacientes apresentaram tempo de permanência acima de 24 horas quando comparado com as demais. Para a categoria vermelha, a maioria dos pacientes apresentaram um tempo de permanência menor que 6h, o que pode está associado a gravidade e óbito (p=0,000). O tempo de permanência dos pacientes com dor atendidos no serviço de emergência teve uma associação significativa com as categorias de classificação de risco, enfatizando a eficácia do sistema de triagem em identificar a gravidade do quadro clínico. Esses achados ressaltam a importância de estratégias que otimizem a alocação de recursos e priorizem o atendimento, buscando melhorar tanto a eficiência quanto a qualidade dos serviços de emergência.