INTRODUÇÃO: O envelhecimento populacional é uma realidade global. Segundo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número da população idosa em 2022 subiu cerca de 14,7% no Brasil. Neste cenário, o aumento da idade repercute em incapacidades físicas e mentais, tornando o idoso potencial vítima de ocorrências de óbitos por causas externas. OBJETIVO: Descrever perfil dos óbitos de idosos por causas externas na região Nordeste no período de 2017 a 2021. METODOLOGIA: Estudo descritivo ecológico de série temporal utilizando dados secundários do Sistema de Informação sobre Mortalidade - SIM no período de 2017 a 2021, disponíveis no site Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde - DATASUS. A população foi constituída por idosos com idade >= 60 anos. As variáveis selecionadas foram: ano de notificação, região de ocorrência, sexo, raça/cor, faixa etária, escolaridade, estado civil, causas externas e local de ocorrência. RESULTADOS: De 2017 a 2021 houve registro de 170.994 óbito de idoso, com aumento de 14,3% dos casos no período. O ano de 2021 apresentou o maior número de registros (n=21,5%). A região nordeste é a segunda em maior número de óbitos por causas externas com aumento de 13,0% e a Bahia é o estado com maior número de casos de óbitos (n=10.637; 25,7%) e aumento de 13,7%, representando discreta média superior à do Nordeste. Há predominância em idosos do sexo masculino (n=25.604; 61,9%), pardos (n=27.399; 66,2%), com escolaridade <= 3 anos (n=20.438; 49,4%), sem a presença de companheiro (n=21.933; 53,0%) e faixa etária de 80 anos e mais (n=15.145; 36,5%). Observa-se que o maior registo ocorreu no Hospital (n=24.142; 58,3%), seguido do domicílio (n=7.971; 19,3%). Dentre as causas externas de etiologias definidas, destaca-se o aumento relevante de lesões autoprovocadas voluntariamente (n=31,4%), com predomínio em idosos de 60 a 79 anos de idade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O número de óbitos em idosos na região Nordeste é crescente e proporcional com o aumento da idade. Ocorre predominante em homens, pardos, com poucos anos de estudo, sem vínculo civil e há casos significativos de tentativas de suicídio. Portanto, é necessário que o enfermeiro analise os fatores de risco e proteção desses agravos. A partir desse diagnóstico situacional é possível direcionar ações de prevenção e proteção da saúde, que repercutam na melhora da qualidade de vida e redução do número de óbitos por causas externas em idosos.