Introdução: Desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), a capacitação de profissionais para a produção de serviços no sistema constitui-se como objeto de discussão dos movimentos de reorientação da formação em saúde. Deste modo, este estudo objetiva verificar como o currículo dos cursos técnicos em enfermagem têm comtemplado o SUS ao processo formativo. Metodologia: Realizou-se um estudo documental, dedicado à análise dos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPCs); cursos técnicos em enfermagem ativos e cadastrados no sistema e-Mec, ofertados no município de Assú, localizado no estado do Rio Grande do Norte. Resultados: Os PPCs analisados não apresentam, explicitamente, referenciais teóricos sobre uma formação profissional técnica em enfermagem frente às diretrizes, aos princípios e à estrutura organizacional do SUS. São ressaltados aspectos como a construção de um itinerário formativo que oportunize o desenvolvimento de competências para a laboralidade. Destaca-se o aumento de instituições de saúde de natureza privada e as diversas possibilidades de atuação, apresentando a inserção em serviços públicos como uma possibilidade de atuação complementar, mas não o foco da formação. Em relação aos cenários de ensino-aprendizagem proporcionados durante o processo formativo, ficam evidentes a sala de aula e o laboratório para ensino de semiotécnica, como majoritários e não os serviços de saúde do SUS. Quanto a organização curricular das disciplinas, há inferioridade quantitativa daquelas que discutem os princípios e diretrizes do SUS tais como: saúde pública, saúde coletiva e da comunidade, processo saúde-doença e seus condicionantes, responsáveis por abordar as dimensões de atuação profissional em território do SUS. Aquelas existentes, possuem uma baixa carga horária e são ofertadas com um plano atividades não presenciais de 20% da carga horária do curso. Considerações Finais: Há pouca ênfase nos currículos dos cursos técnicos de enfermagem sobre o SUS, evidenciado nos PPCs, ao processo formativo na estrutura, organização e nas intencionalidades. Fica evidente a necessidade de se propor estratégias de reforma curricular para a educação técnica em enfermagem que possibilite o avanço na construção de currículos contemplando o SUS. Esta discussão está avançada no ensino superior em enfermagem.