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Anais - 25º CBCENF

Resumo

Título:
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE ABORTAMENTO RELATO DE EXPERIÊNCIA
Relatoria:
WELLHINGTON DA SILVA MOTA
Autores:
  • Saiwori de Jesus Silva Bezerra dos Anjos
Modalidade:
Pôster
Área:
Formação, Educação e Gestão em Enfermagem
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
O abortamento é definido como a interrupção da gravidez ou expulsão do feto da concepção antes que seja viável (22ª semana) ou com o produto da concepção pesando menos de 500 gramas ou com menos de 16 centímetros, ocorrendo de forma espontânea ou provocada. O abortamento atinge mulheres jovens, em idade produtiva e reprodutiva, levando-as à morte ou implicando sequelas à sua saúde física, mental e reprodutiva. Em vista disso, a necessidade de atenção ao abortamento oportuna é imperiosa, aliada ao fato de que o medo e a vergonha são fatores que podem retardar a busca de cuidado. Não menos importante que esses aspectos, faz-se necessário superar a discriminação e a desumanização do atendimento às mulheres em situação de abortamento, ainda uma realidade de muitos serviços públicos no país. Objetivou-se, relatar a experiência vivida por um docente do curso de graduação em enfermagem em um Centro Obstétrico (CO), sobre a atuação das/os enfermeiras/os na atenção/assistência à saúde de mulheres em situação de abortamento. Trata-se de relato de experiência com abordagem qualitativa e descritiva, desenvolvido no CO de uma maternidade de referência no atendimento obstétrico e neonatal, em Iguatu /CE. O estudo foi realizado no período de setembro de 2022, durante as atividades do estágio supervisionado obrigatório. Após a experiência no campo de prática do estágio supervisionado no CO destaca-se como o campo de prática que oferta uma assistência mais humanizada pela equipe de enfermagem, apoiando a mulher em todos os aspectos. Porém, nesse ambiente também foi observado que o modelo de assistência ao abortamento está centrado na prescrição médica e no esvaziamento uterino, demonstrando o poder do modelo técnico biologicista e a hegemonia do médico na equipe. Conclui-se que a atenção ao aborto nesta instituição, encontra-se aquém do que propõem as normas brasileiras e os organismos internacionais, incluindo os acordos assumidos pelo governo brasileiro. É necessário o despertar de reflexões sobre o cuidado, o acolhimento e dispor de uma escuta ativa dirigida à urgência subjetiva da mulher, questões que vão além do conhecimento científico e técnicos, envolvendo percepções, sentimentos, ética, dentre outros, como uma possibilidade de implantação de uma equipe multiprofissional para que se tenha um atendimento com maior qualidade e uma diversidade de “olhares” e saberes por meio de um planejamento adequado, incluindo a sistematização da assistência de enfermagem.