Na área da dermatologia, as lesões que atingem a pele são definidas como lesões cutâneas elementares e podem ser classificadas em primárias, caracterizadas por manifestações patológicas iniciais, e em secundárias, resultantes da progressão da doença. Tem sido observado, uma maior prevalência de lesões complexas ou crônicas causadas principalmente por distúrbios vasculares, com destaque para diabetes mellitus e hipertensão arterial. Pode-se notar que a maioria dos usuários que desenvolvem estas lesões estão no âmbito da Atenção Básica, e devido à alta demanda, faz-se necessária a criação de protocolos específicos para o tratamento de feridas complexas na atenção primária bem como a capacitação de profissionais e a introdução de produtos padronizados. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo realizar uma revisão integrativa da bibliografia vigente a fim de descrever os protocolos para o tratamento de lesões complexas na Atenção Básica. Após uma revisão integrativa, foi formulada a pergunta norteadora: “quais os protocolos utilizados para o tratamento de lesões complexas na Atenção Básica?”. Durante a pesquisa, houve a exclusão dos artigos que não estivessem relacionados com a pergunta norteadora, assim como os artigos publicados a mais de 5 anos. As bases de dados utilizadas foram BDENF, LILACS e MEDLINE, no qual foram encontrados, 16, 9 e 3 artigos respectivamente, que foram submetidos posteriormente a critérios de inclusão e exclusão, resultando em 8 artigos. Constatou-se, portanto, que no manejo da lesão devem ser levadas em consideração as recomendações internacionais que incluem princípios como preparo do leito da lesão, controle de infecção, manutenção do equilíbrio da umidade, preparação da borda da lesão e as condições de vida do paciente, aspectos que interferem diretamente na cicatrização. Além disso, as ações preventivas e as medidas terapêuticas devem ser adaptadas aos diferentes tipos de lesões complexas. Também foi observado que, na Atenção Básica, as lesões mais comuns nos usuários incluem pé diabético, úlceras vasculares e lesões por pressão, que necessitam de cuidados mais intensivos e da utilização de várias intervenções. Por isso, a criação de protocolos assistenciais específicos para estas lesões complexas podem contribuir para uma maior eficiência da equipe multiprofissional na prestação dos cuidados, assim como na avaliação dos fatores que interferem no processo de cicatrização da lesão e na qualidade de vida do indivíduo.