INTRODUÇÃO: A população em situação de rua é um grupo heterogêneo que faz uso dos logradouros públicos como espaço de moradia e sustento, de forma temporária ou permanente. As condições de vida e a exclusão social dessa população são fatores contribuintes para a morbimortalidade por tuberculose. Embora a Organização Mundial da Saúde liste o Brasil como um dos 22 países com alta endemicidade para tuberculose, e defina o Maranhão como o 4º lugar no Nordeste com maior incidência de tuberculose por 100 mil habitantes, ainda são poucos os estudos que descrevem a epidemiologia da tuberculose na população de rua do estado. OBJETIVO: Traçar um perfil epidemiológico da Tuberculose da população em situação de rua comparado aos que não vivem na rua no estado do Maranhão, nos anos de 2014 a 2022. METODOLOGIA: Realizou-se um estudo transversal de caráter retrospectivo dos casos de tuberculose ocorridos na população em situação de rua, durante o período de 2014 a 2022. Utilizou-se como unidade de análise o estado do Maranhão, região Nordeste do Brasil. RESULTADOS: De 2014 a 2022, foram notificados no SINAN 23.496 casos de tuberculose. Houve aumento importante das notificações, alcançando 3.222 casos em 2022, ante os 2.168 casos de 2014. Na população em situação de rua foram notificados 500 casos. A maioria deles foram em homens (77,8%; n=389), com escolaridade de 1ª a 4ª série incompleta (25,2% n=126), na população parda (71,4%; n=357), e jovem entre 20-39 (51,4% n=257). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Evidencia-se a importância da atenção aos agravos na população em situação de rua, efetivando-se políticas públicas que considerem suas particularidades e desafios diários enfrentados no acesso à saúde e agravos de saúde.